Toda metrópole é constituída de história, natureza, concreto, mas sobretudo de pessoas que somam a uma multidão na construção e melhoria cotidiana da cidade. Goiânia não seria diferente! No dia 24 de outubro, ela completa 92 anos. É uma senhora sábia com cabelos de algodão, simpática e aberta a todas as novas configurações. No quesito arquitetônico tem como herança o Art Déco [influências do Cubismo e futurismo]. A engenharia atual soma a essa história e edifica os arranhas céus e toda uma paisagem horizontalizada.

Os sons de Goiânia ecoam pássaros, mas também britadeiras. Ruídos de automóveis, movimento de pessoas e dos operários nas construções. Na análise feita pelo GRUPOM, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2024 Goiânia contratou mais de 13 mil profissionais para a construção civil, em funções como: serventes de obras, pintores e pedreiros. Uma legião de mãos unidas para edificar a nova Goiânia, que se configura a olhos vistos.

O encarregado de obra e paisagismo, Getúlio Gonçalves, de 60 anos é um desses que contribui para a construção da capital de Goiás. Casado, pai de três filhos é goiano de uma parte do estado, que hoje se fez Tocantins. Veio para Goiânia em 1982. O operário diz que gosta de trabalhar ligado à natureza. Entrou para a FGR no dia 2 de janeiro de 1990.

Getúlio em seu dia a dia de trabalho | Foto: Arquivo Pessoal

Antes do sol nascer, Getúlio já está de pé. Se precisar, diz ele que acorda mais cedo até mesmo para aproveitar o dia que passa com um piscar de olhos. “É muita coisa para cuidar e lugares diferentes para trabalhar, porque são muitas obras. Eu não fico em um lugar só o dia todo. Lido com muitas pessoas, com empreiteiros, com auxiliares de serviços gerais. O meu dia é assim, quando eu pisco o olho já é cinco horas da tarde. Eu não sei o que acontece, a equipe de obras é muito boa. É por isso, que eu acho que o meu dia passa muito rápido. Sempre agradeço, quando acordo e quando volto pra casa”.

Tô feliz por estar aqui e gostaria muito, que várias pessoas da liderança de Goiânia ainda estivessem vivas e com saúde. Lembro bem do Iris Rezende, ele foi um visionário. Se temos uma Goiânia boa hoje é porque teve essas pessoas. Agradeço muito a Deus por estar aqui e empresas, como a FGR que ajudam a melhorar. Me sinto feliz por ser um goiano e por estar em Goiânia.

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo explica que por meio de parceria com entidades como SENAI vem investindo em cursos para capacitação e formação de novos profissionais. O intuito é atender a demanda por novos postos de trabalho, geradas pela construção. “Nossos canteiros estão repletos de histórias de pessoas, que começaram como ajudante, foram crescendo dentro da linha de produção e hoje se tornaram encarregados, mestre de obras e afins, com salários acima da média de outras profissões.”

Destaque no segmento de condomínios horizontais

A quantidade de famílias vivendo em condomínios fechados aumentou 76%, chegando a 1,7 milhão de domicílios no Brasil, mas em Goiânia, esse crescimento foi ainda mais expressivo, 124%. Os dados são dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010 e 2022. Na capital goiana, este estilo de vida expande-se para toda a região metropolitana.

Vista aérea de um dos empreendimentos da FGR | Foto: Marcos Júnior / Vitti Filmes

Atendendo esta demanda, a FGR Incorporações especializou-se no segmento, no qual vem se destacando nacionalmente. A empresa foi a única goiana classificada no Ranking Valor 1000 de 2024 na categoria Empreendimentos Imobiliários, com uma receita líquida de R$ 933,1 milhões em 2023 e um crescimento de 90,7% em relação ao ano anterior.

Criadora da marca Jardins de condomínios horizontais, a FGR lançou o primeiro condomínio horizontal na capital goiana, nos anos 1990 e cunhou o slogan “jeito Jardins de viver”. De Goiânia, já levou a marca para outros seis estados brasileiros mais o Distrito Federal, e já acumula 44 condomínios lançados.

Para esse mês de outubro, a empresa prepara um novo lançamento em Goiânia que é o Jardins Montreal, com VGV [Valor Geral de Vendas] estimado em R$ 450 milhões, trazendo a novidade de ser o primeiro que oferecerá casas e lotes, atendendo tanto ao público que deseja contar com a praticidade de receber o imóvel pronto, quanto aos que preferem fazer sua própria obra.

Diretora da FGR, Camila Alcântara | Foto: Arquivo Pessoal

“Os fundadores da marca, os engenheiros Frederico Peixoto Craveiro, Guilherme Peixoto Craveiro e Rodolfo Dafico Bernardes, souberam captar o desejo do goianiense por viver em casas em um momento de expansão urbana, em que já não era mais possível proporcionar liberdade com segurança aos filhos em casas de bairro ou edifícios”, descreve Camila Alcântara, diretora comercial da empresa.

História…

Os primeiros projetos da FGR Incorporações foram exclusivamente de lotes para que os proprietários construíssem a própria casa.  Nos últimos anos, a empresa passou a lançar também projetos de casas para atender quem busca mais praticidade.

A empresa entrega não apenas o condomínio, mas elabora todo o regramento de ocupação para garantir o padrão urbanístico das casas. Encontros regulares realizados com as administrações dos projetos entregues garantem um apoio e troca de experiências que permitiu que a incorporadora tivesse assertividade em atender as demandas que foram surgindo ao longo dos anos.

“Hoje no total temos 44 empreendimentos. Só dentro de Goiânia são 32 e o grande diferencial da FGR é que onde ela vai, leva junto o desenvolvimento para as cidades. A empresa começou com 300 funcionários e hoje só de operários são 2.300 – um crescimento exponencial. Para se ter uma ideia, o ano nem acabou e já vendemos R$ 1 bilhão e 400 milhões”, enfatiza Camila Alcântara.

A empresa, que completará 40 anos de mercado, até o final de 2026 entregará duas mil casas. A FGR possui um landbank estimado de R$ 25 bilhões em terrenos para serem explorados não só em Goiânia, mas também em Aparecida de Goiânia e Brasília. Para quem não sabe, landbank é a prática de acumular terrenos com potencial de valorização para maximizar o retorno a longo prazo.

Goiânia é uma terra próspera e que ela continue abrigando tantas pessoas que têm vindo para cá. Pessoas que buscam oportunidades e que tem realmente um agradecimento para a cidade. Se nós hoje temos esse sucesso é por conta do povo goiano e de como isso se estabeleceu aqui, essa cultura que é tão rica e que nos abraçou como empresa. (Camila Alcântara)

Há 25 anos, Goiânia expande para o entorno da GO-020

Na virada do século, o cruzamento da GO-020 com a BR-153 era o fim da cidade. Do outro lado, quando era noite, era preciso faróis altos para enxergar a rodovia de pista simples, sem iluminação e mato em seu entorno. Uma imagem até difícil de visualizar face ao grande desenvolvimento da região, que hoje se percebe a olhos vistos e é considerada o endereço mais desejado por quem gosta de morar em casa. 

Bastaram 25 anos – um quarto de século – para que uma transformação urbana acontecesse. A rodovia passou a ter status de avenida: foi duplicada, iluminada, ganhou ciclovia e dá acesso a dezenas de condomínios horizontais que foram desenvolvidos em seu entorno. Atualmente, a GO-020 possui mais de 50 condomínios horizontais ao longo da via, que abrigam mais de 30 mil moradores.

Presidente do Secovi, Antônio Carlos da Costa | Foto: Arquivo Pessoal

Mas quem começou esta jornada foi alvo de natural desconfiança, como tudo que é novo. Se fossem ouvir os pessimistas, os empresários imobiliários Antônio Carlos da Costa, do Grupo Tropical, e Leonardo Rizzo, da Leonardo Rizzo Imóveis, teriam desistido de lançar o Portal do Sol 1, o condomínio horizontal que estreou este desenvolvimento. “Quando começamos esse empreendimento não havia nada, somente o autódromo. Hoje, temos orgulho de perceber que ajudamos a construir a história e o desenvolvimento dessa região”, pontua Leonardo Rizzo.

O Portal do Sol 1 foi o primeiro condomínio horizontal com lotes mais compactos em comparação aos lançamentos da época, e estava em uma localização muito próxima ao Jardim Goiás. “Desde o primeiro momento, a ideia era que fosse um condomínio com foco no custo-benefício para seus moradores. Nossa missão era oferecer muito por um custo mais acessível, com lotes que variavam de 360 a 600 metros quadrados”, lembra Antônio Carlos da Costa, sócio do Grupo Tropical.

O projeto trazia a possibilidade para a classe média morar em casa com segurança, tendo praças, áreas verdes e equipamentos de lazer em seu entorno. A boa aceitação do projeto levou o grupo a lançar o Portal do Sol 2, ao lado do primeiro, e transformar a proposta em uma linha de produtos que foi para outras regiões e cidades.

Espero que cada dia mais, Goiânia seja uma cidade includente, que a cidade inclua as pessoas. Uma questão que está prejudicando a nossa cidade é a questão de resíduos. E, antes de mais nada como cidadãos precisamos ter a responsabilidade de encontrarmos uma solução sobre os resíduos da nossa cidade. Até mesmo porque Goiânia vai adoecendo, caso a gente não cuide disso. E, como a cidade é um organismo vivo precisamos retribuir amor a ela. (Antônio Carlos)

Atualmente, Goiânia se destaca entre as capitais brasileiras em número de condomínios horizontais por habitante. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam um crescimento de 124,5% no número de moradores nesses locais.

O futuro desse tipo de empreendimento tende a ser promissor. Especialistas do setor reforçam a tendência ao dizerem que, a médio prazo, com a ocupação de lotes remanescentes dos atuais condomínios instalados às margens da G0-020, o número de habitantes nessa região se aproxima de 60 mil – sem considerar os novos empreendimentos. 

Se depender do incorporador Antônio Carlos, que também é presidente do Sindicato das imobiliárias e condomínios do Estado de Goiás (Secovi), Goiânia não vai parar de se expandir. O goianiense de 66 anos, nasceu perto do Mutirama e cresceu no berço de uma família composta por empreendedores do ramo da construção civil. O ponta pé inicial na incorporação do que se transformou hoje o Goiânia 2 partiu das suas ideias arrojadas. “Atuamos muito nesse segmento de planejamento urbano, criando bairros que são mais sustentáveis. Além de atuarmos com empreendimento, tanto na horizontal quanto na vertical. Fomos precursores dos condomínios horizontais da cidade. Aldeia do Vale é um dos empreendimentos da nossa empresa”, destaca.

Vista aérea do Aldeia do Vale | Foto: Grupo Tropical

Antônio é dessas pessoas de boa prosa e ama conversar sobre o desenvolvimento imobiliário em Goiânia. Ele ressalta a transição de um centro pequeno para uma cidade que se expandiu, impulsionada pelo crescimento do agronegócio e planos diretores que permitiram um crescimento ordenado. Na visão do empresário, o sucesso de Goiânia se deu pela riqueza do agronegócio e à atratividade da cidade.

Como liderança no Secovi foi um dos responsáveis pela criação do Fórum de Urbanização de Goiás. “Logicamente a gente faz articulações buscando políticas públicas no sentido da sustentabilidade para a capital. A nossa preocupação é em todos os problemas de cidade, na questão de trânsito, na questão de mobilidade e na questão de resíduos”, enfatiza.

Cronologia populacional e exigência alto padrão em Goiânia

O lançamento da pedra fundamental ocorreu em 24 de outubro de 1933, na Praça Cívica. O projeto inicial visava uma cidade para 50.000 habitantes, inspirado no modelo de cidade-jardim americano. Sete anos depois, a capital já possuía uma população de aproximadamente 48 mil pessoas, dez anos depois a população era de 53 mil habitantes.

A chegada da ferrovia em 1950 e depois, com a construção de Brasília, a população de Goiânia passou os 150 mil habitantes, um aumento de 182% em dez anos. Após esse boom nas décadas de 50 e 60, o crescimento populacional do município desacelerou e continuou com um crescimento de aproximadamente 15% em cada década. Atualmente, a capital conta com uma população de pouco mais de 1,4 milhão de habitantes.

Empreendimento de alto padrão da Opus Incorporadora. | Foto: Divulgação

Quanto maior o número de pessoas em uma cidade, maior também são as especificidades e as exigências. A Opus Incorporadora nasceu em 2006, pelo desejo do goianiense Dener Alvares Justino de atender as exigências de um público mais voltado para o alto padrão. Empreendimentos referência em qualidade, localização premium e design autoral.

“A Opus foi elaborada para atuar com o alto padrão, especificamente, no segmento que chamamos de vertical. Projetos únicos, com o seu próprio DNA e sendo reconhecida sempre pela diferencial das fachadas dos prédios. É nisso que a gente pensa e desenha, para construir os melhores empreendimentos da nossa capital”, enfatiza o diretor comercial, Gabriel Santos.  

Com quase 20 anos de existência, a Opus já entregou 35 empreendimentos e não para de planejar novas obras. Em 2020, a incorporadora passou a diversificar o seu portfólio. Até mesmo porque na visão do Gabriel, Goiânia é uma cidade que atrai muitas pessoas. “Até pelo tamanho dos nossos projetos atendíamos um público mais maduro e deixávamos de atender o mais jovial. Goiânia é muito forte no turismo hospitalar, educacional e de entretenimento. Por isso, passamos a focar em empreendimentos de metragem menor – seguindo a linha de alto padrão”, explica.

São sete e oito projetos nesse sentido que são vendidos em poucos dias. “Família reduzida e que passou a adquirir um empreendimento da Opus. Além disso, passamos também a empreender com condomínios fechados. Esse ano, estamos com o primeiro projeto na horizontal de alto luxo em Goiânia e que será lançado na quarta-feira, 22”, destaca o diretor comercial da Opus.

Diretor comercial da Opus, Gabriel Santos | Foto: Arquivo Pessoal

Goiânia é uma cidade do qual a gente se orgulha muito de ter raízes. É uma cidade rica em cultura, em solidariedade. Goiânia é uma cidade bonita, limpa, arborizada e nesse processo migratório percebo, que muitas pessoas vêm em busca dessa qualidade de vida, que tem aqui. A gente tem a possibilidade de viajar mundo a fora e também de perceber, que a nossa capital não perde em nada para outras cidades.

Goiânia e os ‘novos centros’

Atualmente Goiânia possui o décimo maior PIB entre as capitais brasileiras. Obviamente, moradores com poder aquisitivo de compra, ou seja, 300 mil pessoas gastam pelo menos duas horas por dia no trânsito para ir e voltar do trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Imagem em perspectiva do Mall no Parque Oeste Industrual. | Foto: Divulgação

Todo esse cenário abre oportunidades, como é o caso da oferta de serviços nos bairros. Pensando em diminuir a necessidade de deslocamento e de balancear os contratempos com o trânsito é que um grupo investiu R$ 5 milhões no Parque Oeste Industrial para a construção do Asa Open Mall.

A região escolhida está entre as que mais crescem em Goiânia – Sudoeste e Sudeste. Compostas por bairros como:  Eldorado, Parque Oeste Industrial Sul e Cidade Jardim – sendo este último com vertiginoso aumento populacional de 21,53% entre os anos de 2010 e 2022, quase o dobro da capital (10,5%), conforme dados da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo de Goiânia (SMPU). No total, a região Sudoeste é a mais populosa da capital, com 223 mil habitantes.

“Goiânia vive um novo e empolgante momento em sua história. Nossa cidade não tem apenas um centro comercial — ela pulsa em vários pontos, com novos polos de desenvolvimento surgindo nos bairros, levando crescimento, oportunidades e qualidade de vida para todos. Essa descentralização é uma das maiores riquezas de Goiânia. Quando o comércio chega aos bairros, gera empregos, movimenta a economia local e fortalece o sentimento de comunidade”, aponta a empreendedora do Asa Open Mall, Agni Silva de Aguiar.

Empreendedora, Agni Silva de Aguiar. | Foto: Arquivo Pessoal

A jovem arrojada, Agni, segue os passos do avô, Sebastião Júlio de Aguiar, que acreditou no potencial dessa terra quando tudo ainda estava começando. “Foi ele quem criou o bairro Parque Oeste Industrial, na década de 1950, contribuindo de forma marcante para o desenvolvimento urbano de Goiânia”, destaca.

Hoje, com o ‘bastão’ na mão que foi repassado pelo avô e depois, pelo pai empreende acreditando no potencial de Goiânia. Como ainda no poder transformador do mercado imobiliário. “Cada novo empreendimento, cada empresa que temos como parceira, é uma celebração da cidade que amamos e ajudamos a construir”, finaliza.