Saiba quais devem ser as prioridades de Daniel Vilela a partir de abril de 2026

04 outubro 2025 às 21h00

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Com a licença de Ronaldo Caiado (União Brasil) prevista para abril de 2026, quando o atual governador deve disputar a presidência da República, interlocutores do governo estadual já tratam como certa, e com alto grau de normalidade, a ascensão do vice-governador Daniel Vilela (MDB) ao comando do Executivo. A transição, segundo fontes ouvidas pelo Jornal Opção ao longo da semana, será marcada pela continuidade das políticas estruturantes da atual gestão e pela consolidação de projetos estratégicos que Vilela já vinha acompanhando de perto.
A expectativa entre técnicos e lideranças políticas é de uma gestão que mantenha o ritmo de entregas, com reforço em áreas como segurança pública, educação, infraestrutura, tecnologia e articulação federativa. Vilela, segundo apuração, tem desempenhado papel ativo na formulação de políticas públicas, com presença constante em municípios e interlocução direta com prefeitos, lideranças regionais e representantes de diferentes esferas de poder.
Daniel assume protagonismo na articulação de obras e mobilidade
Com a iminente transição no comando do Governo de Goiás, interlocutores próximos à gestão estadual apontam que Daniel Vilela, já atua como principal articulador dos projetos de infraestrutura e mobilidade em curso no estado. A movimentação ocorre em meio à expectativa de que Vilela assuma o Executivo em abril de 2026, com a saída de Ronaldo Caiado para disputar a Presidência da República.
Segundo fontes ouvidas pelo Jornal Opção, Vilela tem coordenado diretamente os principais eixos da política de infraestrutura, incluindo convênios com municípios, decisões sobre grandes pavimentações e acompanhamento técnico junto à Goinfra, a agência estadual responsável pelas obras viárias. A atuação é descrita como estratégica e contínua, com envolvimento desde a modelagem dos projetos até a articulação política necessária para sua execução.

Entre os projetos destacados por interlocutores está a duplicação da BR-164, que deve ligar a Cidade de Goiás a São Miguel do Araguaia. O empreendimento, previsto para durar cerca de uma década, já conta com os primeiros trechos em fase de planejamento. Vilela tem acompanhado pessoalmente as demandas e discutido com técnicos da Goinfra os detalhes operacionais e orçamentários da obra.
Outro projeto citado é a duplicação da BR-330, que parte de Catalão e integra o corredor logístico do sudeste goiano. Além dessas, há obras em andamento nas BR-180 e BR-178, no sudoeste do estado, financiadas pelo Fundo Infra. Fontes confirmam que Vilela está à frente da coordenação dessas frentes, atuando como ponte entre os municípios, os técnicos da Goinfra e o núcleo político do governo.
Convênios municipais
A articulação com prefeitos tem sido um dos pontos fortes da atuação de Vilela. Segundo relatos, ele tem mantido diálogo constante com lideranças municipais para viabilizar convênios de pavimentação urbana e obras de infraestrutura local. A expectativa é que, em sua futura gestão, esses convênios sejam ampliados e ganhem maior agilidade, com foco em atender demandas regionais e acelerar entregas.
Para os anos de 2026 e 2027, Vilela já participa das discussões sobre os grandes projetos de pavimentação que devem compor o plano de obras do Estado. A interlocução com a Goinfra tem sido frequente, com reuniões técnicas e definição de prioridades em conjunto com os diretores da agência.
Novo modelo de licitação: defesa política e implementação
Outro ponto que reforça o protagonismo de Vilela na área é seu envolvimento na defesa e implementação do novo modelo de licitação para obras públicas. Fontes ligadas ao setor afirmam que ele acompanhou a modelagem jurídica e técnica do processo, atuando politicamente para garantir sua aprovação e aplicação. O modelo, que busca maior transparência e eficiência na contratação de obras, será implementado pela Goinfra nos próximos ciclos de investimento.
A expectativa é que o novo formato reduza custos, aumente a competitividade entre empresas e evite atrasos na execução dos projetos. Vilela, segundo os relatos, é um entusiasta da proposta e tem defendido sua aplicação como parte da modernização da gestão pública estadual.
Preparação técnica e política para a transição
Interlocutores do governo avaliam que tanto Daniel Vilela quanto o setor de infraestrutura estão preparados para os desafios da próxima gestão. O vice-governador conhece as demandas regionais, os gargalos operacionais e os projetos em andamento, além de manter diálogo direto com os técnicos e diretores da Goinfra. Essa proximidade tem sido apontada como um diferencial para garantir continuidade e eficiência na execução das obras.

A infraestrutura, segundo fontes, deve ocupar papel central na futura administração, assim como segurança e educação foram prioridades na gestão atual. A leitura interna é de que Vilela pretende ampliar os investimentos em mobilidade, logística e urbanização, com foco em integração regional e desenvolvimento econômico.
Continuidade com capacidade de entrega
A reportagem do Jornal Opção apurou que, nos bastidores, há consenso sobre a capacidade de Daniel Vilela em assumir as responsabilidades do Executivo estadual. Sua atuação como vice-governador tem sido marcada por presença ativa nos projetos estratégicos e articulação com diferentes esferas de poder. A transição, segundo fontes, não será apenas administrativa, mas também técnica, com base consolidada e projetos em curso.
O setor de infraestrutura, por sua vez, já opera com planejamento voltado para os próximos anos, com obras em andamento, licitações programadas e convênios em fase de execução. A expectativa é de que a nova gestão mantenha o ritmo e amplie o alcance das políticas públicas, com foco em resultados e impacto regional.

Daniel Vilela, segundo os interlocutores, não apenas acompanha os projetos, ele os conduz. E essa condução, marcada por articulação política, conhecimento técnico e capacidade de diálogo, é vista como um indicativo claro de que Goiás entra em uma nova fase, com infraestrutura como eixo central de desenvolvimento.
Segurança pública com foco em inteligência e valorização
Na área da segurança, fontes ligadas à Secretaria de Segurança Pública indicam que a nova gestão deve intensificar o uso de tecnologia para ampliar a capacidade de resposta das forças policiais. A proposta inclui investimentos em sistemas de inteligência, monitoramento e análise de dados, além da manutenção da política de valorização dos servidores da área. A ideia é tornar a atuação mais estratégica e preventiva, com foco na redução de índices criminais e na proteção da população.
Educação com ensino bilíngue e integração esportiva
Na educação, Vilela acompanha a implantação da primeira escola estadual voltada para alunos de alto rendimento esportivo, com ensino em tempo integral e estrutura voltada à formação acadêmica e atlética. O projeto, segundo interlocutores da Secretaria de Educação, está em fase final de estruturação e deve ser inaugurado ainda em 2026. Além disso, o programa Go English, que promove o ensino bilíngue na rede pública, será expandido para mais unidades escolares, preparando os estudantes para os desafios de um mundo globalizado.
Infraestrutura: obras e concessões com articulação direta
Os investimentos em infraestrutura seguem em ritmo acelerado, com os maiores volumes já registrados em 2025 e previsão de crescimento em 2026. Daniel Vilela tem articulado diretamente com prefeitos para viabilizar obras em rodovias, habitação e urbanização. Projetos como a revitalização do Parque da Serrinha e do Complexo Serra Dourada estão entre os que contam com seu apoio direto.
A concessão do Complexo Serra Dourada, oficializada em abril de 2025, é considerada um dos marcos da atual gestão. O projeto foi articulado por Vilela desde a fase de concepção até o leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa Construcap Engenharia e Comércio S/A venceu o certame com proposta de outorga fixa de R$ 10 milhões e contrato de 35 anos. O pacote inclui o Estádio Serra Dourada, o Ginásio Goiânia Arena e o Parque da Criança.

Segundo fontes da vice-governadoria, Vilela acompanhou de perto todas as etapas do processo, com interlocução direta com órgãos técnicos e políticos. O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) atuou como parceiro institucional desde o início, emitindo recomendações que foram incorporadas ao projeto. O Acórdão nº 3772/2024, relatado pelo conselheiro Sebastião Tejota, consolidou sugestões jurídicas, econômicas e operacionais que fortaleceram a segurança contratual e a viabilidade econômica da concessão.
Entre os avanços promovidos com apoio técnico estão a redução de riscos financeiros, ampliação da base de dados para projeção de demanda, adequação da contratação do agente fiscalizador, economia de mais de R$ 9 milhões com ajustes na Taxa de BDI, e regulamentação clara das atribuições de fiscalização. O TCE também apontou questões como regularização fundiária, revisão de cálculos orçamentários e observância à Lei de Licitações, que foram tratadas como contribuições técnicas e não como entraves.
Fontes ligadas à Secretaria-Geral de Governo e à Secretaria de Esporte e Lazer confirmam que o projeto foi conduzido com diálogo constante entre os órgãos envolvidos, garantindo segurança jurídica e responsabilidade fiscal. A concessão é vista como um exemplo de como a colaboração entre poderes e órgãos de controle pode resultar em soluções modernas e sustentáveis para o Estado.
Inteligência artificial na gestão pública
Outro eixo estratégico da futura gestão é o uso de inteligência artificial para aprimorar a administração pública. Em setembro de 2025, o governo lançou a EvA Captação, primeira ferramenta de IA do país voltada à otimização da captação de transferências voluntárias da União. A solução foi desenvolvida pela Superintendência de Inovação e Monitoramento em parceria com a Superintendência de Captação de Recursos, ambas vinculadas à Secretaria-Geral de Governo.

A ferramenta cruza automaticamente os projetos cadastrados no sistema estadual Gomap com os editais da plataforma federal Transformagov, identificando em tempo real oportunidades de financiamento compatíveis. A iniciativa foi apresentada durante o 1º Seminário Estadual de Governança e Gestão de Projetos, realizado paralelamente ao 35º Fórum Regional da Rede de Parcerias, e recebeu destaque por seu potencial de transformar a gestão pública.
A estruturação de Escritórios de Projetos (PMOs) e a adoção de modelos de gestão orientados a resultados foram apontadas por especialistas como pilares da transformação digital em curso. A IA surge como ferramenta estratégica para apoiar decisões, integrar processos e ampliar a capacidade de resposta da máquina pública às demandas da sociedade.
Liderança política e articulação institucional
Daniel Vilela tem sido o principal articulador da agenda de inovação em Goiás. Em maio de 2025, liderou missão oficial à Estônia, Finlândia e Singapura, países referência em serviços digitais, com o objetivo de importar boas práticas e fomentar parcerias internacionais. Segundo interlocutores da SECTI, sua atuação tem sido decisiva para consolidar Goiás como polo nacional de inteligência artificial.
Entre os marcos dessa trajetória estão o Centro de Excelência em IA, sediado na Universidade Federal de Goiás (UFG), a primeira graduação pública em IA do país e a aprovação da primeira lei estadual de fomento à tecnologia. Programas como o Epicentro da Inteligência Artificial e o Akcit Camp reforçam essa agenda, com apoio da UFG e da NVIDIA.
O Epicentro da IA, com R$ 2 milhões em recursos estaduais, selecionará 10 startups para receber financiamento, mentoria e acesso a laboratórios de ponta. As inscrições vão até 5 de outubro no site abre.go.gov.br/epicentroia. Os selecionados também poderão participar do programa de internacionalização da NVIDIA.
Já o Akcit Camp é voltado para desenvolvedores e empreendedores com conhecimento intermediário em IA. O programa oferece prêmios de até R$ 12 mil e integra os participantes a um banco de talentos estadual, conectando-os diretamente a empresas que buscam profissionais da área.
Transição com base técnica e respaldo político
Com a saída de Caiado, Vilela assume o governo com projetos em andamento, rede de articulação consolidada e respaldo técnico em áreas-chave. A expectativa, segundo fontes ouvidas pelo Jornal Opção, é de uma gestão voltada à continuidade administrativa, inovação tecnológica e integração federativa, sem ruptura, mas com capacidade de entrega.

A atuação destacada como vice-governador, com participação ativa nas decisões e influência direta em projetos estratégicos, reforça a percepção de que Vilela está preparado para assumir as responsabilidades do cargo. Interlocutores do Palácio das Esmeraldas apontam que sua capacidade de articulação com o governo federal, o Tribunal de Contas e o Judiciário tem sido essencial para garantir recursos e evitar que disputas eleitorais interfiram nos projetos estaduais.
A concessão do Complexo Serra Dourada e a aplicação da IA na gestão pública são exemplos concretos de como a colaboração entre poderes, órgãos de controle e setores técnicos pode resultar em soluções modernas e sustentáveis. Vilela chega ao comando do Estado com experiência acumulada, rede de apoio institucional e protagonismo em áreas-chave da administração pública.
A transição, segundo fontes internas, não será apenas administrativa, será também simbólica. Representa a continuidade de um modelo de gestão que aposta na inovação, na articulação federativa e na entrega de resultados com responsabilidade fiscal e impacto social. Goiás entra em uma nova fase, e Daniel Vilela já está no centro dela.
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