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MORADIA
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OPINIÃO
Brasil deveria se envergonhar de esquecer os pracinhas

Abril de 80 anos atrás colocou o Brasil na história dos fortes, dos vencedores, dos que fazem a cobra fumar. No mês seguinte, a Alemanha capitularia, acabando na Europa a 2ª Guerra Mundial, que continuaria na Ásia até o Japão se render, em agosto. Fiquei próximo do embate, com delay de década e meia, dentro de casa, ainda na infância. Tinha um parente queridíssimo, Tio Laurindo, marido de uma familiar da minha mãe, com quem a meninada adorava conversar. Na verdade, entrevistar. A gente o enchia de perguntas e ele, pacientemente, respondia com detalhes sobre sua participação como pracinha da FEB, a Força Expedicionária Brasileira, para livrar a Itália do nazifascismo. Era minucioso, falava devagar e pedíamos para repetir, de tão saborosas as narrativas.

Depois de conquistarem em fevereiro o Monte Castelo e La Serra Cota, e em março Castelnuovo, logo mais, em 9 de abril de 1945, tio Laurindo e seus colegas despedaçaram as linhas alemãs defensoras do que ainda restava do eixo na terra do já derrubado Benito Mussolini. Era a operação Encore, que uma semana depois chegaria ao apogeu com nossos conterrâneos quebrando outras duas etapas da contenção nazista e libertando Montese, cidade vizinha de Bolonha e Modena.

A gratidão daquelas pessoas foi tamanha que todo abril realizam a “Festa ela liberazione”, quando são gravados os vídeos de tanto sucesso no YouTube com estudantes locais cantando em português o hino da FEB. Enchem o peito no refrão:

“Nossa vitória final
Que é mira do meu fuzil
A ração do meu bornal
A água do meu cantil
As asas do meu ideal
A glória do meu Brasil”.

Tio Laurindo nos ensinou a letra e o ritmo da Canção do Expedicionário. Os italianinhos modernos vencem a molecada do meu tempo no quesito entusiasmo, até porque eles aprendem na escola sobre o heroísmo que aqui nos chega em forma de pilhéria. Se não fosse o próprio Tio Laurindo, essa bela página do Brasil com seus feitos passaria em branco para as crianças do meu bairro.

No livro “História oral do Exército na Segunda Guerra Mundial”, o general-de-brigada Thorio Benedro de Souza Lima reclama por seu batalhão, que entre outras proezas libertou Montese, ter sido apelidado de “Laurindo”:

“Essa expressão ‘Laurindo’, que foi música de carnaval, tornou-se uma denominação pejorativa”.

Entre 1934 e 1945, 9 sambas dos maiores compositores citavam Laurindo. Qual Laurindo? Era fictício, o que a imaginação mandasse, como nessa sequência parecida com os desafios de cordel:

Noel Rosa e Hervê Cordovil, em Triste cuíca, gravada por Aracy de Almeida em 1934: “Parecia um boi mugindo/ Aquela triste cuíca/ Tocada pelo Laurindo/ O gostoso da Zizica”.

Geraldo Augusto e João Antônio Pessanha, em Sem cuíca não há samba, cantada por Isaura Garcia, 1942: “Todo mundo cantava sorrindo/ Quando ouvia a cuíca na mão do Laurindo mugindo”.

Herivelto Martins com o Trio de Ouro, Laurindo, 1942: “Laurindo sobe o morro gritando/ Não acabou a Praça Onze, não acabou.”

Em 1944, Ari Monteiro, Arnaldo Passos e Newton Teixeira responderam no feminino, Laurinda: “Depois que a Praça Onze se acabou/ Você nunca mais sambou”.

Outro de Herivelto, mas com Príncipe Pretinho, Quem vem descendo, cantada pelo Trio de Ouro, 1943: “A caravana do Laurindo/ O lamento a gente ouvindo, não pode calar/ Há no seu canto a tristeza/ De lendária beleza que o tempo guardou/ Tristeza que vive num bronze/ Que a sambar na Praça Onze Laurindo ganhou”.

Haroldo Lobo, Jorge de Castro e Wilson Batista saíram-se em 1943 com Lá vem Mangueira! cantada por Déo: “Com harmonia, lá vem Mangueira!/ Vem Laurindo na frente, da bateria/ Perguntei: Conceição, o que aconteceu?/ Laurindo foi pro front, esse ano não desceu”.

O poema seguinte revelou no título a patente, Cabo Laurindo, de Wilson Batista e Haroldo Lobo, com Jorge Veiga, em 1945, já no pós-guerra: “Laurindo voltou coberto de glória,/ Trazendo garboso no peito a Cruz da Vitória./ Oi! Salgueiro, Mangueira, Estácio, Matriz estão agindo/ Para homenagear o bravo cabo Laurindo!/ As duas divisas que ele ganhou, mereceu./ Conheço os princípios que Laurindo sempre defendeu./ Amigo da verdade, defensor da igualdade./ Dizem que lá no morro vai haver transformação. Camarada Laurindo, estamos à sua disposição!”

O carrossel de temas retratou a mágoa do general. Reuniu as várias estrofes dos diversos autores como se fossem apenas um poema e concluiu que recebeu o apelido zombando de uma manobra planejada por ele e corretamente executada por milhares de Laurindos iguais a meu tio ao descerem os Apeninos. Para ele, havia uma relação com a descida de algum morro no Rio de Janeiro. Seguiram-se outros belos sambas mencionando Laurindo, todos exaltando as vitórias de nossos bravos: o Brasil teve a única tropa da 2ª Guerra que venceu uma divisão inteira de nazistas, com mais de 20 mil prisioneiros.

Graças aos sambas e aos batalhões que libertaram cidades mais velhas que o Brasil, o número de bebês batizados de Laurindo passou de 1.644 em 1930 para 2.570 em 1940 e 2.809 em 1950. Ou seja, meu tio estava na moda. Pior aprontaram as autoridades, que simplesmente se esqueceram de nossos heróis. Nos tempos de colégio, passávamos o 1º semestre nos preparando para os desfiles de 7 de Setembro. Encerradas as férias de julho, tínhamos 5 semanas para treinar as coreografias e fazer as vestimentas.

Os meninos sonhavam chegar ao ginásio, atualmente 2ª fase do fundamental, para ter a chance de se mostrar. Os do 1º ao 3º ano iam de short; do 4º ano, de calça. E o melhor: quanto mais evoluído, mais perto dos pracinhas, que abriam o desfile. Meu grande orgulho era ver Tio Laurindo todo garboso com seu uniforme. Excelente músico, ele tocava todos os instrumentos, TODOS, com um detalhe: dos 25.834 pracinhas, 467 morreram em combate, 2.700 voltaram feridos ou mutilados, milhares sofreriam com problemas advindos da guerra. Tio Laurindo retornou são e salvo, mas tinha o hobby de pescar com bomba, uma explodiu em sua mão direita, restou o toco de braço, batia continência com uma tosca prótese de plástico. E a multidão o aplaudia, agradecida. Porém, até a comemoração da Independência rareou. Os heróis que resistem 8 décadas depois devem estar envergonhados do país pelo qual arriscaram suas vidas e o representarem tão bem.

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Reestruturação
Mabel pretende fazer aporte financeiro no Imas e quer negociar pessoalmente com hospitais que tem dívidas a receber

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, se reuniu na manhã desta terça-feira, 1, com o presidente do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) Paulo Henrique da Farmácia. Em meio a uma grave crise financeira que atinge a autarquia desde a gestão passada, o prefeito pediu um planejamento detalhado para a quitação de dívidas para definir o valor do aporte financeiro necessário.

Paulo Henrique afirmou que a dívida consolidada do Imas está em torno de R$ 197 milhões, mas ainda é necessário contabilizar outros valores. Segundo ele, para quitar esses débitos será necessário a realização de aporte financeiro para a quitação das dívidas e também para reestruturação do instituto. "Hoje a gente faz um esforço para pagarmos tudo em dia, mas para esta dívida será necessário uma intervenção do Prefeito. Por isso ele veio aqui para que a gente pudesse alinhar as demandas e entregar para ele um planejamento para reestruturação do Imas", afirmou.

O prefeito solicitou um planejamento detalhado com o total das dívidas contabilizadas, para que ele negociasse pessoalmente com os prestadores de serviços que têm valores a receber. O valor do aporte ainda não foi definido e só será feito após a análise dos dados enviados pelo Imas

O Jornal Opção mostrou no início de dezembro, que o relatório do Imas para a Comissão de Transição da Prefeitura apontou uma dívida com prestadores de serviços no valor de R$ 227,1 milhões. O relatório apontava que as despesas foram maiores que as receitas informadas, evidenciando déficit orçamentário constante, que contribuiu com o endividamento do Imas.

O Imas tem 33.415 titulares, que são servidores da ativa, aposentados, pensionistas e servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Dependentes somam 36.568 pessoas que incluem cônjuges e filhos menores de 21 anos; já os agregados são 8.636 que são filhos maiores de 24 anos, pais, irmãos, netos de servidores efetivos. Ao todo são 78.619 beneficiários.

Reestruturação

Após a entrega do planejamento, o Imas vai elaborar um projeto de lei para reestruturar o instituto. Segundo o presidente deve ser feito um planejamento para concurso, uma vez que o Imas não tem pessoal efetivo no seu quadro. "Esse projeto que vamos enviar para a Câmara vai mudar tudo, até o nome do instituto nós queremos mudar para tirar esse estigma de plano de saúde ruim que o Imas carrega no mercado. Nós vamos remodelar o Imas e trazer o melhor de serviços de saúde para o servidor da Prefeitura", afirmou Paulo Henrique.

Ainda não há prazo para elaboração do projeto de lei, porque tudo vai depender da decisão tomada pelo prefeito após a análise do planejamento que está sendo elaborado. 

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projeto de lei
Código Ambiental de Goiânia será enviado à Câmara este ano, garante presidente da Amma

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), trabalha na minuta de um projeto de lei que pretende estabelecer o Código Ambiental do Município. A ideia passou a ser discutida ainda durante a gestão Rogério Cruz, que começou com Zilma Peixoto à frente da pasta ambiental, mas foi deixada de lado após a saída dela. Agora, com Zilma de volta na gestão Mabel, o projeto de lei deve ser enviado à Câmara Municipal ainda neste ano.

Em entrevista ao Jornal Opção nesta terça-feira, 1º, a presidente da Amma queixou-se da falta de regramento municipal na questão ambiental ao destacar a importância de um código ambiental próprio. "Hoje, a gente não tem o Código. Você fica preso, às vezes, em instruções, em resoluções e assuntos baseados em leis federais", apontou.

Conforme já noticiado pelo Jornal Opção, a minuta do projeto está paralisada na Casa Civil desde a gestão passada. A proposta chegou a ser "desenterrada" durante a passagem de Luan Alves e, depois, de Nadim Neme Neto pela Amma, mas não prosperou.

Em janeiro deste ano, já na administração de Sandro Mabel, Zilma Peixoto garantiu que a proposta havia sido retomada, mas ressaltou que ela ainda deve passar por audiências e consultas públicas para participação da sociedade.

A presidente da Amma não deu datas quanto ao envio à Câmara do projeto de lei para a criação do Código Ambiental, mas disse que o "compromisso é entregar o mais breve possível".

"Vamos passar para o prefeito, e vamos colocar para a Câmara ainda este ano para que haja a formação da lei ambiental", afirmou, acrescentando que o dispositivo deve auxiliar no amparo à implementação de políticas públicas voltadas ao meio ambiente na capital.

Leia também: Novo Código Ambiental de Goiânia pode ficar para 2025