Vereador de Águas Lindas suspeito de usar diploma falso de enfermagem segue no cargo durante investigação

16 agosto 2025 às 11h39

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O vereador Euder Vieira (PP), de Águas Lindas de Goiás, é alvo de investigações do Ministério Público de Goiás (MPGO) e da Polícia Civil por suposto uso de diploma falso de enfermagem. O documento teria sido utilizado para assumir funções na área da saúde, incluindo o cargo de superintendente de Vigilância em Saúde do município. Enquanto isso, ele segue nas funções, apesar das investigações.
O inquérito do MPGO foi instaurado em 5 de junho e segue em fase de coleta de informações. Paralelamente, a 1ª Delegacia de Polícia de Águas Lindas conduz apuração sobre uso de documento falso. Segundo a corporação, as diligências estão em fase final e o inquérito deve ser enviado ao Judiciário nos próximos dias.
No dia 28 de julho, o Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) confirmou a irregularidade no diploma, supostamente emitido pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul), e cassou o registro profissional do vereador. O caso também foi encaminhado ao Coren-DF, onde Vieira mantém outro registro como técnico de enfermagem.
Utilizar documentos falsificados é crime, independentemente do cargo ocupado. “A profissão de Enfermagem exige formação sólida e ética. Por isso, não há espaço para improvisos, atalhos ou fraudes”, afirma o presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha.
A denúncia gerou indignação entre moradores da cidade, que cobram posicionamento da Câmara Municipal. “Todos fomos enganados. Ele deu aulas em curso técnico, teve a confiança do prefeito e recebeu votos da população”, relatou uma moradora.
Euder Vieira, de 43 anos, foi eleito vereador em 2024 pelo Partido Progressista. Na época, declarou ser casado, possuir R$ 150 mil em bens e ter formação superior em enfermagem. Durante a campanha, prometeu trabalhar pelo fortalecimento da saúde pública e por uma cidade “mais saudável”.

O Jornal Opção não conseguiu contato com o vereador, mas procurou a Câmara Municipal e aguarda retorno.
A ação fez parte da Operação Código 451, deflagrada pela Polícia Federal em junho. A operação investiga um esquema nacional de falsificação de diplomas de ensino superior, com pelo menos 33 documentos fraudulentos já identificados e registros indevidos em diversos conselhos profissionais.
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