Venezuela exibe caças russos em meio a tensão com EUA

19 setembro 2025 às 16h40

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Em meio a uma escalada de tensões diplomáticas e militares com os Estados Unidos, o governo venezuelano iniciou uma ampla demonstração de força com a operação “Caribe Soberano 200”, realizada na estratégica Ilha de La Orchila.
A iniciativa envolve exercícios conjuntos de suas Forças Armadas e exibe um arsenal sofisticado, incluindo caças russos Sukhoi-30 armados com mísseis antinavio Kh-31, em uma clara mensagem de dissuasão à presença militar norte-americana na região.
A Aviação Militar Bolivariana divulgou imagens dos treinamentos, destacando o poder de fogo do 13º Grupo Aéreo de Caça “Lions”. Os vídeos mostram manobras aéreas e operações anfíbias com desembarque de tropas e blindados, além de exercícios com paraquedistas e disparos de artilharia antiaérea.
Segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, os exercícios envolvem forças especiais, inteligência, guerra eletrônica e infiltrações aéreas, marítimas e terrestres. “O Mar do Caribe é vital para nossa soberania. Ameaçar a Venezuela é ameaçar toda a América Latina”, declarou em coletiva de imprensa.
A movimentação ocorre após os Estados Unidos enviarem contratorpedeiros, navios de transporte, um submarino nuclear e caças F-35 para Porto Rico, sob o argumento de combater cartéis de drogas. No entanto, Caracas vê a ação como uma tentativa velada de intervenção militar.
A tensão aumentou após um navio americano interceptar uma embarcação pesqueira venezuelana próximo à La Orchila, provocando forte reação do governo Maduro. Desde então, ao menos três barcos suspeitos de ligação com o narcotráfico foram destruídos por forças americanas, resultando em 11 mortes, o que gerou críticas sobre a legalidade das ações, inclusive dentro do Congresso dos EUA.
O presidente Donald Trump nega qualquer plano de derrubada do governo venezuelano, embora mantenha uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, acusado de liderar o chamado Cartel dos Sóis, uma organização criminosa supostamente ligada ao alto comando militar venezuelano, o que Caracas nega veementemente.
Em resposta, o governo venezuelano colocou suas tropas em estado de alerta e lançou uma campanha de mobilização popular, convocando milhões de cidadãos a integrar milícias voluntárias. Mais de 300 quartéis realizaram treinamentos básicos com armas de fogo e táticas de combate no último sábado.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que a presença militar americana “não tem relação com o combate às drogas, mas sim com uma tentativa de mudança de regime”. Segundo ele, a Venezuela está preparada para enfrentar uma “guerra prolongada”.
A crescente militarização no Caribe reacende preocupações sobre a estabilidade regional e levanta dúvidas sobre os reais objetivos por trás da movimentação das potências envolvidas.
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