O baixo desempenho do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições municipais causou um racha de opiniões dentro da legenda e colocou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, que cuida da articulação política do governo, em rota de colisão com a presidente nacional, deputada Gleise Hoffmann (PT-PR). Logo após o segundo turno, o ministro, que é muito próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o partido ainda não “deixou o Z4”, em uma referência a classificação de um campeonato de futebol.

Padilha também havia afirmado que o PT precisa avaliar como se reconectar com alguns segmentos de trabalhadores, como os que recebem de 2 a 10 salários mínimos e os mais jovens. “Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema-direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças. Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados”, escreveu Gleisi em seu perfil no X.

Com o mal-estar passou a surgir a pressão pela troca do ministro, mas, ao mesmo tempo, o presidente não quer nomear outro correligionário para a cozinha do seu governo, caso efetue a mudança. Um dos cotados para o cargo é o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Ele tem disposição e vontade de mudar de pasta e esse seria o primeiro ministro não petista que teria seu espaço dentro do Palácio do Planalto.

No atual momento é improvável que Lula efetue uma reforma ministerial, ainda que limitada, neste momento. O presidente deve mudar a composição do seu governo, se mudar, a partir de fevereiro de 2025, depois de os novos presidentes da Câmara e do Senado já terem tomado posse.

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