Ronilson Reis é repreendido por colegas na CEI da Comurg
28 março 2023 às 17h37
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O presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Ronilson Reis (PMB), foi criticado por seus pares na sessão desta terça-feira, 28, após ter feito uma diligência sem a devida discussão e aprovação prévia pela comissão. Ronilson foi até à Comurg para checar a veracidade do depoimento do diretor administrativo financeiro da companhia, Adriano Renato Gouveia.
Ronilson Reis fez a visita na hora do almoço ao lado da vereadora Aava Santiago (PSDB), que não faz parte da CEI. Os demais membros da CEI se mostraram indignados com a diligência de Reis e Aava na Comurg, já que ela não havia sido aprovada pela comissão e ocorreu sem a presença dos demais vereadores que compõem a investigação.
“Eu quero que tenhamos muito cuidado, para que nós não cometamos erros. Que essa CEI não vire, e não vai virar se depender de mim e dos outros membros, palanque político. Eu não quero que você fale em nome da CEI em algumas visitas”, reclamou o vereador Pedro Azulão Jr. (PSB). “Eu não vou aceitar isso e os outros membros também não vão. Essa falta de respeito”. E continuou: “Nós deveríamos ter ido todos lá, eu até votava para ir. Temos que fazer visita in loco, sim. Mas hoje eu me senti constrangido por essa ação sua. O que passou para fora é que você usou o instrumento legal que é a CEI para ir lá visitar”, concluiu.
O vereador Henrique Alves (MDB) também condenou que o presidente faça visitas individuais em nome da CEI. “De forma nenhuma eu discordo de uma diligência lá na Comurg. Pelo contrário, é necessário. Mas qualquer ato, qualquer diligência precisa ser votada e aprovada pelos vereadores desta comissão. Até mesmo para que a diligência conste na ata e no relatório”.
Já o vereador Isaías Ribeiro (Republicanos) evocou o regime interno da casa para defender que as ações da comissão precisam ser definidas em grupo. “O artigo 42-D é bem específico ao dizer que os poderes são da CEI e não dos vereadores em separado. Faço coro aos vereadores Azulinho e Henrique. Nós temos que respeitar a posição de cada um aqui”, disse.
O presidente Ronilson Reis ouviu os comentários e continuou defendendo que ele poderia ir à Comurg em nome da comissão sem nenhuma aprovação: “Qualquer vereador pode fazer as diligências sem aprovação do colegiado e individualmente”.
Durante a visita, de acordo com o próprio presidente, uma assessora jurídica da Comurg o abordou e disse que ele não poderia fazer tal diligência. “Eu disse que eu posso ir em qualquer repartição pública, requisitar documentos e fazer vistorias. E se a senhora obstruir essa CEI, eu vou dar voz de prisão para a senhora agora e vou te levar para a delegacia”, contou Ronilson na abertura da sessão ordinária.
Reis disse que não encontrou os insumos que o diretor administrativo financeiro da Comurg alegou ter comprado para a reforma dos Centros de Referência de Assistência Sociais (Cras).
Atropelo
Na sessão da terça, 28, houve outra rusga envolvendo o presidente Ronilson Reis. Após a leitura dos requerimentos apresentados, o vereador Pedro Azulão Jr. pediu que o relator Thialu Guiotti lesse novamente os dois primeiros. Logo após, Reis fez uma votação e aprovação instantânea dos documentos. Mesmo com manifestações seguidas de Azulão, informando que ele queria pedir destaque de dois requerimentos, o presidente atropelou o colega e os decretou aprovados.
“O sr. não precisa dessa rapidez não. Não, aí não”, protestou em meio à fala de Ronilson, que se limitou a informar que todos os requerimentos já estavam aprovados e que ele não voltaria atrás. “Não existe colocar em votação desse jeito. Não existe”, voltou a reclamar, com apoio de outros membros da comissão.
Ronilson ainda queria que a comissão marcasse uma sessão extraordinária para a sexta, 31, quando pretendia ouvir o gestor de obras da Comurg Nilson César Pinto. Ele havia sido intimado para comparecer à comissão na terça, 28, mas enviou um atestado médico. Os membros da comissão se manifestaram contra a sessão extra e o presidente não colocou a matéria em votação.