*Com informações de Pedro Moura

Em menos de 6 meses, Prefeitura de Goiânia é alvo de operação da Polícia Civil de Goiás (PCGO) pela segunda vez. Em março, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) foi investigada por um possível esquema de fraude em licitações e contratos. Na manhã desta quarta-feira, 5, a pasta foi alvo de nova operação que, além das fraudes, investiga também corrupção ativa, corrupção passiva, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) fez um pronunciamento à imprensa nesta manhã.

“Convoquei o secretário Denes para uma conversa. Como era um fato já ocorrido anteriormente, foi decidido a pedido dele o afastamento para que ele mesmo pudesse acompanhar todo o processo junto às autoridades. Os nomes citados também serão afastados”, explica o Prefeito de Goiânia durante coletiva de imprensa.

Denes Pereira Alves é titular da Seinfra e aliado político de Rogério Cruz. Com a saída de Rogério do Republicanos, Denes, que é presidente estadual do Solidariedade, o recebeu em seu partido para viabilizar uma possível reeleição de Rogério Cruz. O Republicanos tende a apoiar Sandro Mabel, pré-candidato da base governista.

Denes Pereira assumiu a titularidade da Secretaria no fim de 2022 e é apontado como sendo o responsável pela assinatura dos contratos celebrados com 8 empresas e 10 pessoas físicas investigadas. De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), apenas no primeiro semestre de 2023, em virtude das aquisições na atual gestão do secretário, foram empenhados mais de R$ 22 milhões para o grupo empresarial investigado, sendo que, desse total, já teriam sido pagos mais de R$ 12 milhões em liquidações.

A Polícia Civil de Goiás ainda não tem estimativa sobre o valor total desviado.

Relembre primeira operação

Em março deste ano, a Prefeitura de Goiânia foi alvo de operação em ação que investigava um suposto esquema de fraude em licitações e contratos. Agentes da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil (PC) cumpriram mandados de busca e apreensão no Paço Municipal e em residências de servidores. De acordo com a investigação, os crimes começaram a ser praticados em 2022.

De acordo com a polícia, uma investigação meticulosa identificou dois grupos centrais envolvidos em um suposto esquema criminoso. Um dos núcleos é formado pelos sócios administradores das empresas supostamente utilizadas para a prática dos crimes, enquanto o outro é composto por funcionários públicos encarregados das licitações e contratos que teriam sido fraudulentos.

Os crimes, conforme a PC, eram praticados na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Secretaria Municipal de Administração (Semad) e Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma).