Prefeitos de Goiás revelam quais as principais demandas dos municípios em 2025

15 fevereiro 2025 às 21h24

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Infraestrutura, saúde e desenvolvimento econômico estão entre as prioridades apontadas pelos prefeitos das regiões de Goiás. Em entrevista ao Jornal Opção, o presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Zé Délio (UB), que também é prefeito de Hidrolândia, e os diretores regionais da entidade detalharam os desafios e as necessidades mais urgentes de cada localidade.
De rodovias ao crescimento desordenado, gestores municipais destacam desafios para enfrentar gargalos estruturais. Zé Délio, manifestou preocupação com a crise financeira que afeta as prefeituras, especialmente na área da saúde. Segundo ele, os recursos federais destinados aos municípios são insuficientes para cobrir os custos crescentes de programas essenciais.
“Hoje a saúde é uma das áreas mais afetadas. Os municípios dependem muito de recursos, porque a educação ainda tem o Fundeb que ajuda a custear parte das despesas, mas na saúde os repasses são mais regrados. Temos enfrentado muitos problemas para manter alguns programas básicos”, afirmou em entrevista ao Jornal Opção.
Entre os principais desafios apontados pelo presidente da AGM está a falta de reajuste nos valores de programas federais, como o Saúde da Família, merenda escolar e Criança Feliz. “Os programas existem, mas os pagamentos não sofrem atualização, e todo ano os custos aumentam. Para você ter ideia, o programa de Saúde da Família nunca foi reajustado ao longo dos anos, e os governos precisam fazer essa correção anualmente”, explicou.
Outra preocupação levantada por Zé Délio diz respeito à reforma tributária em discussão no Congresso Nacional. Para ele, o novo modelo pode prejudicar os municípios mais industrializados. “Talvez ela venha a prejudicar principalmente os municípios que produzem, que têm mais empresas, porque a cota-parte desse novo imposto será distribuída com base na população. E os municípios menores podem perder recursos com isso”, alertou.
Segundo Zé Délio, a AGM tem buscado apoio junto à Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e ao Congresso para avançar com pautas que beneficiem os governos locais. Entre elas, está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, que trata do prolongamento do pagamento de precatórios e da harmonização das regras previdenciárias entre os regimes próprio e geral.
Apesar das dificuldades financeiras, Zé Délio destacou que a parceria com o governo estadual tem sido positiva. “Temos ganhado recapeamento, casas populares, abertura de salas de velório, apoio a conselhos tutelares e recuperação de vias urbanas e rurais pela Goinfra. Tem dado certo essa parceria”, afirmou.
O presidente da AGM também reforçou a necessidade de maior autonomia financeira para os municípios. “A cada dia tiram mais dinheiro dos municípios e quem é penalizado é o povo. O dinheiro deve ser distribuído onde a população vive, e não concentrado em Brasília. Precisamos que os congressistas levem isso em conta ao votar essas pautas importantes”, finalizou.

Região Sul
Municípios: Aloândia, Anhanguera, Água Limpa, Bom Jesus de Goiás, Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Caldas Novas, Catalão, Cezarina, Cromínia, Edéia, Edealina, Goiatuba, Indiara, Inaciolândia, Ipameri, Itumbiara, Joviânia, Mairipotaba, Marzagão, Morrinhos, Nova Aurora, Palmelo, Panamá, Piracanjuba, Pires do Rio, Pontalina, Porteirão, Professor Jamil, Rio Quente, Varjão e Vicentinópolis.

Diretor: Kléber Marra, prefeito de Caldas Novas (MDB)

Passadas as eleições municipais, os prefeitos de Goiás começam a planejar as prioridades para 2025. Entre os principais desafios estão o subfinanciamento da saúde pública, a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), a infraestrutura urbana e a melhoria da merenda escolar. Essas pautas foram destacadas pelo diretor da região sul da Associação Goiana de Municípios (AGM) e prefeito de Caldas Novas, Kléber Marra, em entrevista ao Jornal Opção.
A principal reivindicação para 2025 é a revisão da tabela SUS. Segundo Kléber Marra, o valor repassado pelo governo federal é insuficiente para cobrir os custos reais dos atendimentos. “O custo por consulta era R$ 10,70 e passou para R$ 14,50, mas os médicos cobram no mínimo R$ 70,00. Essa diferença impacta diretamente os fundos municipais de saúde”, afirmou o prefeito.
O desequilíbrio financeiro já compromete o pagamento de profissionais e a manutenção dos serviços. “Em Caldas Novas, realizamos cerca de 40 mil consultas por mês. Com uma diferença de R$ 50,00 por consulta, temos um déficit de R$ 2 milhões mensais, que precisa ser coberto com recursos próprios ou emendas parlamentares”, explicou.
No entanto, segundo o prefeito, a liberação dessas emendas tem sido prejudicada por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Marra também destacou que o crescimento acelerado da população, impulsionado pelo desenvolvimento econômico da região, não tem sido acompanhado por investimentos proporcionais em infraestrutura.
“Goiás tem atraído indústrias e gerado empregos, mas os dados do IBGE, que determinam os repasses federais, são atualizados apenas a cada 10 anos. Isso causa um descompasso entre a demanda por serviços e o volume de recursos recebidos”, ressaltou.
Entre as principais necessidades dos municípios estão investimentos em saneamento e pavimentação. “Temos cidades que conseguiram avançar nessas áreas, mas a maioria ainda sofre com a falta de estrutura. Saneamento e asfalto continuam sendo grandes desafios para a região sul”, afirmou Marra.
Outro ponto de preocupação é a alimentação nas escolas. Segundo Marra, o repasse federal para a merenda é de apenas R$ 1,00 por dia, sendo R$ 0,50 por refeição. “Esse valor é insuficiente. Em Caldas Novas, conseguimos oferecer uma merenda completa com arroz, feijão, carne, verduras e frutas, mas o custo chega a R$ 2,00 por aluno. Precisamos complementar com recursos próprios, o que sobrecarrega o orçamento municipal”, enfatizou.
Caldas Novas, um dos principais destinos turísticos do estado, também tem o setor como prioridade. “Estamos investindo no urbanismo da cidade, melhorando praças, canteiros e espaços públicos para tornar o ambiente mais atrativo. Além disso, queremos fortalecer o turismo por meio de eventos”, disse o prefeito.
Para enfrentar esses desafios, Kléber Marra defende a união dos prefeitos em torno dessas demandas. “Nosso compromisso é representar as cidades da melhor forma possível. Mas uma andorinha só não faz verão. Precisamos da adesão de todos para pressionar as autoridades estaduais e federais por melhorias”, finalizou.
Região Sudoeste
Municípios: Acreúna, Aparecida do Rio Doce, Aporé, Caiapônia, Castelândia, Chapadão do Céu, Doverlândia, Jataí, Lagoa Santa, Maurilândia, Mineiros, Montividiu, Palestina de Goiás, Paranaiguara, Perolândia, Portelândia, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Santa Rita do Araguaia, Santo Antônio da Barra e Serranópolis.

Diretor: Aleomar Rezende, prefeito de Mineiros (MDB)

O diretor da região sudoeste da AGM, Aleomar Rezende, destacou as principais demandas da região em entrevista ao Jornal Opção. Segundo ele, a infraestrutura, a saúde e a educação são as áreas que mais necessitam de atenção, com projetos já em andamento e desafios financeiros para os gestores municipais.
Rezende ressaltou que grande parte das demandas de infraestrutura está sendo atendida pelo Fundo de Infraestrutura (Fundeinfra) do governo estadual, com destaque para a pavimentação de rodovias que interligam os municípios da região.
“As estradas que ligam Mineiros à divisa com o Mato Grosso do Sul, e à Caiapônia já estão contempladas no projeto do governador. Algumas já iniciaram a pavimentação, enquanto outras aguardam licitação”, afirmou.
Ele citou ainda que a rodovia entre Mineiros e Chapadão do Céu, uma obra esperada por quase 30 anos, está prestes a ser concluída. “Essa obra reduzirá significativamente o tempo de deslocamento para quem vem de São Paulo e segue para o Mato Grosso do Sul”, explicou.
Na saúde, uma das principais conquistas para a região é a construção da oitava policlínica estadual em Mineiros, que atenderá toda a região sudoeste. “A previsão é que as obras comecem no meio do ano. Essa unidade irá suprir uma grande demanda da população por atendimentos especializados”, disse Rezende.
Ele também destacou avanços na educação, com investimentos estaduais na ampliação de escolas, fornecimento de materiais didáticos e melhorias na conectividade. “O estado tem feito sua parte, garantindo estrutura para professores e alunos.”
Apesar dos avanços, Rezende alertou para o impacto de mudanças na legislação sobre os cofres municipais, como possíveis alterações no Imposto de Renda, que, segundo ele, podem reduzir as receitas das prefeituras. “Se a mudança for aprovada, Mineiros pode perder cerca de R$ 10 milhões por ano. Isso afeta diretamente os investimentos planejados.”
A AGM tem atuado para mitigar esses impactos junto ao Tribunal de Contas e ao governo estadual. “Nosso papel é garantir que haja um equilíbrio nas alterações legislativas, para que os municípios não sejam prejudicados”, pontuou.
Rezende também destacou a queda na arrecadação dos municípios devido à crise econômica. “A soja, que chegou a valer quase R$ 200, agora está na casa dos R$ 105. Isso impacta diretamente os produtores e, consequentemente, as receitas municipais. O comércio também sente os reflexos, com queda nas vendas e empresas entrando em recuperação judicial.”
Apesar dos desafios, Rezende acredita que os investimentos em infraestrutura e serviços essenciais vão garantir melhorias para a região sudoeste. “Se tudo ocorrer conforme o planejado, até o fim do próximo ano, todas essas obras estarão concluídas, e essa será uma página virada para os municípios da região.”
Segundo ele, a AGM segue atuando para apoiar os prefeitos e garantir que as demandas municipais sejam atendidas. “Nosso objetivo é buscar soluções e assegurar que os municípios tenham condições de continuar investindo no bem-estar da população”, concluiu.
Região Vale do Araguaia
Municípios: Aragarças, Araguapaz, Aruanã, Baliza, Britânia, Crixás, Faina, Matrinchã, Mozarlândia, Mundo Novo, Nova Crixás, São Miguel do Araguaia e Uirapuru.

Diretora: Lucijane Alencar, prefeita de Mozarlândia (MDB)

A região do Vale do Araguaia enfrenta desafios significativos nas áreas da saúde, infraestrutura e armazenagem de grãos, conforme apontou Lucijane Alencar, diretora regional da AGM. Em entrevista ao Jornal Opção, Alencar destacou as principais demandas dos municípios e as estratégias para superá-las em 2025.
“A nossa região carece muito da questão da saúde. Essa é uma das maiores preocupações”, afirmou. Apesar dos desafios, ela destacou que o governo estadual está investindo na construção de uma policlínica em Mozarlândia, o que deve aliviar a pressão sobre os sistemas municipais de saúde. “Isso vai melhorar, vai desafogar e tirar essa preocupação das costas dos municípios”, completou.
Outro ponto crucial é a infraestrutura viária, especialmente devido à crescente expansão do setor agrícola. “Nossa região sempre foi focada na pecuária, mas agora está adentrando na soja. Precisamos de um olhar especial para as nossas estradas vicinais, pois elas são fundamentais para o transporte escolar e o escoamento da produção”, ressaltou.
Para tratar dessas questões, ela afirmou que pretende reunir os prefeitos da região e levantar as demandas mais urgentes. “Cada administrador tem uma interpretação diferente da administração, mas os problemas são os mesmos. Queremos sentar com os prefeitos, tanto novos quanto reeleitos, para entender as necessidades reais de cada município e buscar soluções conjuntas”, explicou.
Entre os investimentos esperados, Alencar destacou a duplicação da GO-164 entre a cidade de Goiás e São Miguel do Araguaia, uma obra que beneficiará a logística regional. Além disso, está em construção um Porto Seco entre Mozarlândia e Nova Crixás, estrutura essencial para o armazenamento e escoamento da crescente produção de soja na região.
Na Assembleia Legislativa, a articulação política ainda está em fase inicial. “Cada prefeito tem seu representante, e estamos aguardando esse primeiro contato. O que queremos é buscar reforço na nossa Câmara, junto aos legisladores, para mostrar a necessidade de investimentos na região”, pontuou.
A dificuldade financeira dos municípios também foi um tema abordado. Segundo Alencar, a falta de recursos compromete a capacidade de investimento das prefeituras. “A realidade é que todas as prefeituras enfrentam dificuldades financeiras. Por isso, buscamos parcerias com entidades privadas, como a JBS, e também junto ao governo federal”, explicou.
Um dos principais gargalos é o teto de financiamento da saúde. “Hoje, o teto orçamentário dos municípios é muito baixo e não supre as necessidades da nossa população”, criticou.
Região Oeste
Municípios: Adelândia, Americano do Brasil, Amorinópolis, Anicuns, Arenópolis, Aurilândia, Avelinópolis, Bom Jardim de Goiás, Buriti de Goiás, Cachoeira de Goiás, Campestre de Goiás, Córrego do Ouro, Diorama, Fazenda Nova, Firminópolis, Israelândia, Itapirapuã, Iporá, Ivolândia, Jandaia, Jaupaci, Jussara, Moiporá, Montes Claros de Goiás, Mossâmedes, Nazário, Novo Brasil, Palminópolis, Palmeiras de Goiás, Paraúna, Piranhas, Sanclerlândia, Santa Bárbara de Goiás, Santa Fé de Goiás, São João da Paraúna, São Luís de Montes Belos, Turvânia.

Diretor: Gabriel do Fabiano, prefeito de Novo Brasil (UB)

O prefeito de Novo Brasil, Gabriel do Fabiano, destacou as principais demandas dos municípios da região para 2025, enfatizando a necessidade de fortalecer a regionalização da saúde, fomentar a geração de emprego e renda por meio da instalação de pequenas indústrias e resolver de forma definitiva a questão dos lixões e aterros sanitários.
Além disso, ele ressaltou a importância da criação de parcerias e consórcios intermunicipais para enfrentar desafios complexos em saúde e infraestrutura. “A saúde é sempre um desafio, pois há dificuldades na liberação de vagas para pacientes que precisam de atendimento fora do município, além da necessidade de transporte eletivo e sanitário”, explicou o prefeito.
Na área de infraestrutura, ele apontou a falta de equipamentos e maquinários como um entrave para suprir a demanda de limpeza urbana, gestão de resíduos sólidos e apoio aos produtores rurais.
Entre as pautas prioritárias que os prefeitos pretendem levar aos governos estadual e federal, Gabriel do Fabiano destacou a necessidade de programas de transferência de recursos para melhoria na saúde e infraestrutura, além das emendas parlamentares. “Junto ao governo federal, buscamos um repasse mais justo aos municípios, principalmente no Fundo de Participação dos Municípios (FPM)”, afirmou.
O prefeito acredita que a AGM pode desempenhar um papel fundamental na intermediação dessas pautas junto às instâncias superiores. Sobre a capacidade de investimento das prefeituras, Gabriel do Fabiano foi categórico ao afirmar que os recursos são escassos diante das muitas despesas.
“Precisamos priorizar ações nas áreas mais importantes, como saúde, educação e infraestrutura, o que acaba deixando poucos recursos disponíveis para outros investimentos”, lamentou.
Região do Vale do São Patrício
Municípios: Barro Alto, Carmo do Rio Verde, Ceres, Goianésia, Guaraíta, Guarinos, Hidrolina, Ipiranga de Goiás, Itaguari, Itaguaru, Itapaci, Itapuranga, Heitoraí, Jaraguá, Morro Agudo de Goiás, Nova América, Nova Glória, Pilar de Goiás, Rianápolis, Rialma, Rubiataba, Santa Isabel, Santa Rita do Novo Destino, São Luís do Norte, São Patrício, Uruana.

Diretor: Gilber Miranda, prefeito de Rianápolis (pP)

O diretor da região do Vale do São Patrício da AGM, Gilber Miranda, denunciou dificuldades enfrentadas pelos prefeitos da região na obtenção de infraestrutura básica e recursos financeiros. Em entrevista ao Jornal Opção, ele destacou problemas com a concessionária de energia Chesp e o atraso no repasse de emendas.
Segundo Miranda, a Chesp tem dificultado a instalação de energia elétrica para projetos nos municípios de Uruana, Santa Isabel e Rianápolis. “Tudo quanto é documento que eles pediram, nós já mandamos. Eles estão enrolando. Em outra região, que era da antiga Enel e agora é Equatorial, não tem dificuldade. Mas aqui, eles pedem documento todo dia e nada acontece”, afirmou.
Outro ponto crítico apontado pelo diretor é a queda na capacidade de investimento dos municípios, em razão da demora na liberação de emendas parlamentares. “Hoje, tem emenda para chegar, mas estão todas travadas. O dinheiro não vem e as cidades pequenas, que dependem desses recursos, vão colapsar”, alertou.
Ele ainda reforçou o impacto do aumento dos custos. “A economia está achatando. A nossa receita não cresce na mesma proporção dos custos. O salário-mínimo aumenta, enquanto um corte de cabelo sobe mais e tira o poder de compra. Como que a conta fecha?”.
O dirigente elogiou a descentralização da saúde promovida pelo governo estadual. “Antes, só levávamos pacientes para Goiânia. Agora, temos que enviar para Goiânia, Anápolis, Jaraguá e outros lugares.”
Mesmo com as dificuldades, a região de Rianápolis receberá um investimento significativo no setor produtivo. “Está vindo uma empresa grande para a nossa cidade, que está montando um frigorífico de peixe e uma graxaria. Os galpões já estão prontos”, revelou.
Por fim, Miranda destacou que pretende levar essas demandas para a Assembleia Legislativa e buscar apoio de deputados para a regularização do repasse de emendas. “Não estou reclamando dos deputados. Temos bons parlamentares, municipalistas, mas o processo é incerto. Uma emenda prometida para novembro pode chegar apenas um ano depois. Como se planejar desse jeito?”, questionou.
Região Metropolitana de Goiânia
Municípios: Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Caturaí, Goianápolis, Goiânia, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Nerópolis, Nova Veneza, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás e Trindade.

Diretor: Fernando Pellozo, prefeito de Senador Canedo (UB)

O prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (UB), destacou os principais desafios enfrentados pelos municípios da região metropolitana para 2025. Segundo ele, um dos maiores obstáculos está no equilíbrio entre arrecadação e gastos, uma vez que as responsabilidades municipais são muitas, mas os recursos financeiros nem sempre são suficientes.
“A troca de experiências entre as gestões, o fortalecimento das parcerias com os governos federal e estadual e a realização de ações conjuntas são caminhos importantes. Com equilíbrio fiscal, podemos avançar mais na educação, saúde, segurança e geração de empregos, que são preocupações diárias de todos os municípios”, afirmou Pellozo.
Entre os setores que demandam maior atenção, o prefeito ressaltou o transporte, o saneamento e a drenagem. Além disso, ele destacou que a saúde exige um olhar especial, devido ao impacto direto na vida das pessoas e ao caos vivido recentemente em Goiânia, que acaba refletindo nos municípios vizinhos. “A educação, a segurança e a assistência social também necessitam de cuidados, mas a saúde tem sido um grande desafio”, acrescentou.
Uma das pautas prioritárias dos prefeitos para os governos estadual e federal é a viabilização do anel viário, projeto defendido pelo presidente da AGM, em parceria com o governador Ronaldo Caiado (UB). “Estamos lutando junto ao governo federal por mais recursos para os municípios. Também pensamos em criar um fórum de discussão entre os prefeitos da região para fortalecer nossas demandas”, explicou Pellozo.
Sobre o papel da AGM no enfrentamento dessas dificuldades, o prefeito ressaltou a importância da união entre os municípios. “A AGM está sempre presente para apoiar as gestões e defender os interesses dos prefeitos. A união municipalista é nossa principal ferramenta”, pontuou.
No que diz respeito a investimentos, Pellozo destacou que a parceria entre os municípios e o governo estadual tem sido essencial, especialmente nas áreas de mobilidade, habitação, educação e assistência social. “O mais importante é que o governador Ronaldo Caiado tem demonstrado sensibilidade e está disposto a caminhar junto com os prefeitos para resolver os problemas dos municípios e melhorar a vida das pessoas em todo o estado”, enfatizou.
A crise financeira das prefeituras também foi mencionada pelo prefeito. Ele ressaltou que a falta de recursos compromete a capacidade de investimento dos municípios. “O aumento das demandas e os repasses insuficientes têm prejudicado os investimentos, principalmente nos municípios menores. Há uma concentração de recursos no governo federal, enquanto os municípios estão mais próximos dos cidadãos e precisam de mais verbas para atender suas necessidades”, afirmou.
Entre as políticas públicas regionais que têm apresentado bons resultados, Pellozo citou a parceria entre municípios e Estado, especialmente nas áreas industrial, comercial e produtiva. “A experiência de polos industriais, comerciais e de produção tem alavancado atividades econômicas em todas as regiões de Goiás”, destacou.
Por fim, o prefeito ressaltou que o diálogo com a Assembleia Legislativa e o governo estadual tem sido positivo e essencial para garantir o atendimento às demandas locais. “Esse diálogo é um dos principais focos da AGM para representar e lutar pelos direitos dos municípios”, concluiu Pellozo.
Região do Entorno de Brasília
Municípios: Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Ouro Verde, Padre Bernardo, Planaltina, Pirenópolis, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás, Vila Boa.

Diretor: Diego Sorgatto, prefeito de Luziânia (UB)

O prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (UB), destacou as principais demandas dos municípios do Entorno do Distrito Federal para 2025, com um foco especial na infraestrutura. “Indiscutivelmente, a principal demanda da região é na área de infraestrutura, especialmente em relação à pavimentação asfáltica e galerias de águas pluviais”, afirmou Sorgatto.
Ele mencionou ainda o problema das grandes voçorocas, que ameaçam áreas importantes, como em Valparaíso de Goiás, onde uma cratera se aproxima perigosamente da BR-040. Outro desafio significativo é a mobilidade urbana.
“São mais de 150 mil pessoas por dia que se deslocam para o Distrito Federal, e não temos qualidade no transporte público. Temos as maiores tarifas do país e estamos enfrentando mais um reajuste”, explicou o prefeito.
Ele propôs soluções, incluindo a extensão do BRT de Santa Maria até Luziânia, um projeto já incluído no PAC do governo federal. Sorgatto também defendeu o modelo de Tarifa Zero, que subsidia o transporte público, garantindo gratuidade universal para os passageiros.
A saúde também foi um tema central na conversa. “Diria que a Saúde enfrenta desafios não tanto pela falta de equipamentos, mas pelas epidemias que assolam o país”, comentou. O prefeito destacou a importância da colaboração do governo estadual em garantir insumos e vacinas, além de investimentos para combater doenças como a dengue. “Estamos investindo em programas como o Opera Luziânia, que já realizou mais de 23 cirurgias eletivas”, acrescentou.
Quando questionado sobre pautas prioritárias, Sorgatto mencionou a necessidade de melhorias na mobilidade urbana, como a construção de passarelas na BR-040, um pedido antigo da população devido ao alto número de acidentes. Ele ressaltou o papel da associação de municípios, que oferece assessoria técnica e promove reuniões com autoridades para buscar soluções práticas.
Sobre novos investimentos, o prefeito expressou otimismo: “Felizmente, o governo Ronaldo Caiado revolucionou a região do Entorno. Antes éramos conhecidos como a ‘terra do nem’, mas conseguimos superar desafios na segurança pública”. Ele também destacou a pavimentação de estradas e a promoção do turismo na região como prioridades.
Sorgatto comentou a situação financeira dos municípios, afirmando que, ao contrário de cidades maiores, a maioria das prefeituras da região está com as contas em dia. “Temos parlamentares comprometidos que destinam emendas para resolver os problemas locais, incluindo a senadora Damares”, afirmou.
O prefeito elogiou as políticas públicas que têm trazido resultados positivos, como o Centro de Atendimento à Mulher (CEAM) em Luziânia, que atende mulheres vítimas de violência. “Estamos promovendo o projeto ‘Mulheres que transformam’, que busca capacitar e empoderar até 2.000 mulheres na região”, disse Sorgatto.
Por fim, ele destacou a boa relação com a Assembleia Legislativa e o governo estadual. “Estamos vivenciando o melhor momento em termos de diálogo e parcerias, e estamos comprometidos em melhorar a vida da população”, concluiu.
Região Nordeste
Municípios: Alvorada do Norte, Alto Paraíso de Goiás, Anápolis, Buritinópolis, Campos Belos, Cavalcante, Colinas do Sul, Damianópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambai, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, Posse, Simolândia, Sítio d’Abadia, São Domingos, São João d’Aliança, Teresina de Goiás.

Diretor: Janézio Pereira da Silva, prefeito de Guarani de Goiás (MDB)

O diretor da região Nordeste da AGM, Janézio Pereira da Silva, destacou a importância da aprovação da PEC 66. Em entrevista ao Jornal Opção, Janézio enfatizou que “a prioridade aqui é a questão da previdência”, apontando que a proposta “vai facilitar a vida dessas prefeituras pequenas”.
Além da previdência, a melhoria do repasse do governo federal também se configura como uma das principais demandas da região. Ele ressaltou os desafios enfrentados na saúde, afirmando que “a saúde hoje, principalmente depois da pandemia, há uma grande dificuldade para as prefeituras”.
De acordo com ele, a carga excessiva nas unidades de saúde se deve ao aumento de viroses e gripes, que têm lotado os postos de saúde. “Os municípios mais distantes de Goiânia enfrentam despesas significativas com o transporte de pacientes, o que representa um custo muito alto”, disse Janézio.
Na educação, o diretor pontuou que há uma necessidade urgente de melhorar o transporte escolar. “Toda a manutenção de ônibus, motorista e frota é responsabilidade da prefeitura, e a maioria dos ônibus é antiga”, alertou.
Ele compartilhou um exemplo preocupante: “Em meu município, há alunos que percorrem 120 quilômetros de estrada de chão diariamente. O recurso destinado à merenda escolar é insuficiente, com apenas 58 centavos por aluno. Temos que oferecer um lanche reforçado para que eles consigam se manter durante o dia escolar.”
A AGM, segundo Janézio, está buscando alternativas para enfrentar esses desafios. “Estamos nos reunindo com todos os prefeitos da região para discutir essas questões e agendar uma reunião com o governador Ronaldo Caiado”, afirmou. Ele destacou que o governador “é uma pessoa muito sensível e que ouve os prefeitos”, o que pode resultar em ações concretas para auxiliar os municípios.
Janézio também falou sobre o diálogo com a Assembleia Legislativa, afirmando que “a Assembleia é receptiva aos prefeitos” e que é fundamental incluir os deputados nas discussões sobre emendas e recursos. “Precisamos que eles estejam na roda também, para que possamos tratar dessas questões importantes”, completou.
Sobre as condições financeiras das prefeituras, o diretor foi enfático: “Não existe um município que não esteja quebrado. A despesa aumenta demais e os repasses diminuem.” Ele se mostrou preocupado com o impacto de novas políticas, como a isenção do imposto de renda, que, segundo ele, afetará diretamente o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Toda e qualquer conta precisa considerar o impacto que terá nos municípios, e isso não está acontecendo”, concluiu.
Região Norte
Municípios: Alto Horizonte, Amaralina, Bonópolis, Campinaçu, Campos Verdes, Campinorte, Crixás, Estrela do Norte, Formoso, Minaçu, Montividiu do Norte, Mutunópolis, Niquelândia, Nova Iguaçu de Goiás, Novo Planalto, Porangatu, Santa Tereza de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, Trombas, Uirapuru e Uruaçu.

Diretor: Cleomar Contador, prefeito de Campinorte (UB)

O Jornal Opção tentou contato desde a última terça-feira, 11, com o prefeito de Campinorte e diretor da região norte da Associação Goiana de Municípios (AGM), Cleomar Contador (UB), para ouvir quais são as principais demandas dos municípios da região para 2025. No entanto, ele não atendeu às ligações nem retornou as mensagens enviadas.
O espaço segue aberto para que o prefeito possa se manifestar e informar à população quais são as necessidades e prioridades dos municípios da região norte de Goiás para o ano.
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