Na última quinta-feira, 29, em Sanclerlândia, o prefeito Itamar Leão (PSDB) e a primeira-dama Maricelia Aparecida e Silva se desentenderam com o pré-candidato a prefeito e vereador do município, João Paulo Carneiro (UB). Segundo o prefeito, o vereador os perseguiu até em casa e os ameaçou com uma arma. De acordo com o vereador, não houve ameaça armada e o episódio foi uma tentativa de impugnar sua candidatura.  

O desentendimento aconteceu em um evento do Banco Cooperativo Sicoob, no Centro de Referência de Assistência Social de Sanclerlândia, por volta da meia-noite. Segundo a declaração dos envolvidos à polícia, tudo começou por um mal-entendido: a esposa de João Paulo Carneiro levou um tombo e o vereador acreditou que o prefeito e a primeira dama riram de sua queda. 

A versão do prefeito 

Itamar Leão garante que ele e a esposa não viram tal queda. Maricélia Aparecida, a primeira-dama, afirmou à Polícia Civil que não compreendeu o que João Paulo Carneiro dizia quando se aproximou para tirar satisfação, pois ele estaria alcoolizado e seu discurso, confuso.

João Paulo Carneiro teria levado sua esposa de volta para casa e retornado armado com um revólver ao evento do Sicoob. Com medo, Maricélia Aparecida e Itamar Leão deixaram o local. No percurso para casa, prefeito e primeira-dama teriam sido perseguidos pelo vereador. Ambos tentaram pedir ajuda à polícia, mas não conseguiram atendimento. Circulam na cidade os áudios de WhatsApp enviados pela primeira-dama a conhecidos e familiares, assustada, pedindo para que a ajudassem a contatar a polícia, pois João Paulo Carneiro os ameaçava do portão. 

O casal então retornou ao Centro de Referência de Assistência Social, pois havia seguranças no evento. Segundo o boletim de ocorrência, dois conhecidos (Jalles Junior e Cleber “do Divino Antônio”) conseguiram se aproximar, conter e desarmar João Paulo Carneiro.

O prefeito acrescenta que João Paulo Carneiro se envolve em casos policiais com frequência. O Jornal Opção teve acesso a dois processos movidos contra o vereador — um por perturbação do sossego e outro por crime de desobediência (ocorrências 23/2011 da delegacia de Sanclerlândia e auto 5619473-11.2023.8.09.0140 TJ-GO)

A versão do vereador

João Paulo Carneiro afirmou que suas diferenças com o prefeito e a primeira-dama são antigas. Ele diz que, por ser do partido do governador e opositor do prefeito, sofre perseguição política na cidade. “Querem me tirar do páreo deste ano. Sou oposição e eles têm um candidato do PSDB”, afirma.

O vereador conta sua versão. Segundo ele, sua esposa fez uma cirurgia e estava de salto alto; por isso, caiu e sofreu chacota da primeira-dama. “Quando vi, explodi. Fui tirar satisfação e eles surtaram. O prefeito estava muito bêbado e saiu dirigindo um carro oficial do poder executivo, alcoolizado.”

João Paulo Carneiro afirma que estava desarmado, mas confirma que foi atrás do prefeito até sua casa, com a intenção de conversar e conseguir explicações. Quando retornaram ao evento, a polícia se envolveu e a situação foi apaziguada. “Não tive nenhuma arma apreendida”, afirma João Paulo Carneiro. “Os policiais já foram à minha casa e fiz questão de que vissem que eu não estava armado”.

O delegado Mário Moraes de Lemos instaurou um inquérito para apurar o caso.