Após ser aprovado pelo Senado, o novo Marco Fiscal foi recebido com celebração pela classe política do Distrito Federal, uma vez que o texto foi encaminhado à Câmara dos Deputados sem limitações ao Fundo Constitucional do DF (FCDF). Estimativas do Governo do DF indicam que essa limitação poderia resultar em uma perda de R$ 87 bilhões nos cofres da capital em 10 anos.

Durante as votações, representantes da capital estiveram presentes no Senado e acompanharam os desdobramentos. A vice-governadora Celina Leão (PP) marcou presença pessoalmente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) durante os dois dias de discussão do texto. Segundo ela, o projeto se tornou suprapartidário, com senadores de diferentes orientações políticas votando a favor do texto e reconhecendo a importância do Fundo Constitucional para a sobrevivência e manutenção do governo e da população do Distrito Federal.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) expressou sua oposição ao projeto do novo Marco Fiscal, mas comemorou a retirada, pelo menos temporariamente, do FCDF. Ela ressaltou que as ameaças ao fundo ainda persistem, mencionando uma proposta de emenda constitucional (PEC) no Senado, de autoria do senador Randolfe, que poderia afetar o Fundo.

Por sua vez, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) destacou a importância histórica do FCDF, lembrando que a União tem sido responsável por financiá-lo desde 1960. Ele criticou a inclusão do FCDF no Marco por meio de uma emenda de relator, considerando-a uma ação surpreendente. No entanto, ele expressou confiança de que a decisão do Senado será mantida pela Câmara dos Deputados.

O assunto uniu até mesmo opositores políticos, como a petista Erika Kokay (PT-DF) e a bolsonarista Bia Kicis (PL-DF), que se uniram na luta pela retirada do FCDF do Marco Fiscal. Kokay expressou a expectativa de que a Câmara dos Deputados referende a decisão do Senado, ressaltando o trabalho conjunto da bancada do DF e afirmando que o mesmo esforço será empreendido na Câmara em busca de apoio dos líderes partidários e do presidente da Casa.

O novo Marco Fiscal tem como objetivo limitar os gastos do governo com base na inflação, visando aumentar a capacidade de investimento sem aumentar a dívida pública. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados no final de maio.

A inclusão do Fundo Constitucional do DF e do Fundeb no Marco Fiscal ocorreu durante a relatoria do texto na Câmara, a cargo do deputado Claudio Cajado (PP-BA). No entanto, após pressões da bancada do DF e de parlamentares ligados à área da Educação, o relator no Senado, Omar Aziz, removeu essas previsões de limitação dos dois fundos.