PF cumpre mandados de prisão contra ‘Abin Paralela’

11 julho 2024 às 10h04

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Em atualização
A Polícia Federal está realizando hoje a 4ª fase da Operação Última Milha. O objetivo é desmantelar uma organização criminosa que monitora ilegalmente autoridades públicas e cria notícias falsas usando sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Os policiais federais estão cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal. As operações estão acontecendo em Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP. Até agora, cinco pessoas foram presas e uma ainda está foragida.
Esse momento de investigação mostra que integrantes dos três poderes e jornalistas foram alvos de atitudes do grupo, envolvendo criação de perfis falsos e divulgação de informações inautênticas. As pessoas criminosas também tiveram acesso de maneira ilegal computadores, telefones e a infraestrutura de telecomunicações para vigiar personalidade e agentes públicos usando o software de espionagem First Mile.
FirstMile,é criação da empresa israelense Cognyte (antiga Verint) e permite monitorar até 10 mil celulares por ano, apenas digitando o número do telefone. Além disso, o aplicativo gera históricos de movimentação e envia alertas em tempo real sobre os aparelhos cadastrados.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrátcio de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
De cinco prisões encomendadas, quatro foram feitas. Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, que foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão passada; Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer foram presos nessa manhã.
Segundo a Polícia Federal, além dos policiais federais e funcionários da Abin, o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem, e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, estão sendo investigados por supostamente fazerem parte de uma “Abin paralela”. Eles tiveram suas casas revistadas por mandados de busca e apreensão. Ambos negam envolvimento no crime.
Relembre
A Polícia Federal iniciou a primeira fase da Operação Última Milha em outubro do ano passado. Na época, eles informaram que estavam investigando funcionários da Abin por usarem sistemas de geolocalização de celulares sem autorização judicial.
Segundo as investigações, o sistema usado pela Abin era um software que invadia a infraestrutura de telefonia do Brasil várias vezes, usando um serviço pago com dinheiro público. Entre os alvos estava Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência, atual deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Ramagem liderou a Abin de 2019 a 2022.