Veja conselho de pastor para Lula se aproximar dos evangélicos

07 outubro 2025 às 15h18

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O governo federal tem intensificado esforços para se reconectar com o eleitorado evangélico, um grupo que representa cerca de um terço dos votantes no país. Entrevistas a canais religiosos progressistas e encontros da primeira-dama com lideranças cristãs são algumas das ações recentes. Mas, segundo o pastor batista Sergio Dusilek, há um gesto ainda mais eficaz e simbólico: comparecer aos cultos dominicais.
Dusilek, que declarou apoio ao presidente Lula em 2022 e enfrentou críticas dentro de sua denominação, acredita que a presença discreta de representantes do governo nas igrejas pode gerar um impacto positivo imediato. “O importante é que eles participem como qualquer fiel, sem subir ao púlpito ou fazer discurso. Se forem convidados a falar, basta dizer ‘orem pelo Brasil’. Isso já é suficiente”, afirma.
Para o pastor, essa aproximação deve ocorrer antes do início oficial da campanha eleitoral. “Depois que a campanha começa, tudo soa como oportunismo”, alerta. Ele pretende levar essa sugestão diretamente a ministros próximos ao presidente durante uma visita a Brasília em novembro.
A primeira-dama Janja Lula da Silva também tem se empenhado em abrir canais de diálogo com o segmento evangélico, apesar da resistência que enfrenta por ser adepta de religiões de matriz africana. Na semana passada, ela esteve em Caruaru (PE), onde se reuniu com mulheres da Igreja Família Viva. Também visitou uma igreja batista no Harlem, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.
Além disso, Janja participou do podcast “Papo de Crente”, promovido pela Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, ao lado do presidente. A iniciativa busca quebrar barreiras e construir pontes com um público que, historicamente, tem se mostrado mais alinhado a pautas conservadoras.
Apesar dos esforços, a primeira-dama ainda é comparada por muitos evangélicos à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é evangélica praticante e costuma discursar diretamente aos fiéis durante cultos. A diferença de perfil entre as duas é frequentemente usada como argumento por lideranças religiosas que resistem ao atual governo.
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