A votação do relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 foi novamente postergada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. A decisão, anunciada nesta segunda-feira, 20, foi confirmada pelo presidente da comissão, senador Efraim Filho (União-PB).

A expectativa era de que o texto fosse apreciado na terça-feira, 21, e encaminhado ao plenário na quinta-feira, 23, mas o governo solicitou o adiamento diante de dificuldades internas.

O Palácio do Planalto enfrenta um impasse sobre como equilibrar o orçamento, especialmente após a rejeição da Medida Provisória 1303, que previa aumento de tributos.

Sem essa fonte de receita, a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca alternativas para recompor os recursos e garantir um mínimo de estabilidade fiscal para o próximo ano.

A oposição, por sua vez, intensificou as críticas. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o governo perdeu força política e enfrenta crescente desgaste.

Segundo ele, o adiamento da votação da LDO e o veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental são estratégias para evitar novas derrotas no Congresso.

Sóstenes também denunciou atrasos no pagamento de emendas parlamentares e o não cumprimento do orçamento impositivo.

Ele prometeu uma atuação firme da oposição em duas frentes: a derrubada dos vetos ao licenciamento ambiental e a imposição de regras fiscais mais rígidas.

“Vamos ser duros na LDO e no orçamento. O governo precisa cortar gastos”, declarou, ressaltando que o Parlamento tem atuado como contrapeso diante do que considera um cenário de descontrole fiscal.

Enquanto isso, o Executivo tenta reformular o texto da LDO para evitar novas tensões e garantir sua aprovação.

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