Militares investigados por golpe temem novo depoimento de Mauro Cid
01 março 2024 às 07h00
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Na presente sexta-feira, 1°, persiste um clima de tensão entre militares sob investigação por alegadamente planejarem um golpe de Estado em conjunto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando-se o depoimento do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, à Polícia Federal (PF). Contudo, é o interrogatório do ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, que suscita maior apreensão entre os militares envolvidos.
A expectativa dentro das fileiras militares alinhadas a Bolsonaro é de que, nos depoimentos subsequentes, Cid revele detalhes sobre o envolvimento de cada membro do Exército na suposta conspiração, conforme informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Apesar de acreditar-se que o ex-ajudante de ordens tenha tentado proteger seus colegas das Forças Armadas nesse contexto, a evolução das investigações pode levar esses militares a desempenharem um novo papel em sua colaboração. A progressão da narrativa do suposto golpe é buscada pelos investigadores antes de convocar Mauro Cid para esclarecimentos, considerando o depoimento de Freire Gomes ocorrido nesta sexta-feira.
A marcação do próximo interrogatório de Cid ainda está pendente, uma vez que a PF decidiu explorar outras linhas de investigação antes de ouvi-lo novamente, especialmente após o depoimento de Freire Gomes. Entre os integrantes de alta patente que podem ser mencionados nesse novo capítulo da investigação estão os generais e ex-ministros Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Theophilo Oliveira.
Os investigadores buscam amarrar todas as pontas da narrativa do suposto golpe antes de convocar Mauro Cid para prestar esclarecimentos. Em caso de insatisfação com as informações fornecidas pelo ex-ajudante de ordens, o militar corre o risco de perder os benefícios de sua delação e enfrentar um retorno à prisão.