Cotado para ser candidato a prefeito de Goiânia ou Anápolis, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) anunciou que não irá disputar mandato em 2024. Ao descartar essa possibilidade, ele afirmou que o único motivo é não gostar de disputar eleição a cada dois anos. Porém, por trás da negativa está a forte rejeição que o levou a duas derrotas consecutivas para o Senado, em 2018 e 2022.

Aliados de Marconi alimentam a esperança que ele poderia repetir a trajetória do ex-governador Iris Rezende (MDB). O emedebista havia perdido nas disputas de 1998 (ao governo) e 2002 (ao Senado), mas conquistou a prefeitura de Goiânia em 2004 e retomou o prestígio político. Ou mesmo de Maguito Vilela, que se elegeu prefeito de Aparecida de Goiânia, em 2008, após perder para o governo por duas vezes, em 2002 e 2006.

Em 1992, o ex-governador Henrique Santillo, de quem Marconi diz ser discípulo, havia deixado o Palácio das Esmeraldas dois anos antes, disputou mandato de prefeito em Anápolis e encerrou com derrota sua trajetória eleitoral.

Diferente dos dois exemplos do MDB, Perillo enfrenta uma forte rejeição desde que deixou o governo em 2018. O fim de sua gestão foi mal avaliada, somada ao grande descompasso fiscal e ‘explosões’ de denúncias de corrupção em diversos setores. Nesse contexto, a desaprovação ao tucano não tem arrefecido entre a primeira e a segunda derrota para o Senado.

Para se ter ideia, em Goiânia, a rejeição ao ex-governador é ainda pior. Na disputa pelo Senado, Marconi obteve apenas 98.249 votos (14,11% dos válidos). Ele ficou atrás de Wilder Morais (PL) e Delegado Waldir Soares (União Brasil). Mesmo quando saiu vitorioso nas eleições estaduais de 2010 e 2014, o tucano foi derrotado na capital.

Concorrer por outra cidade

Marconi Perillo, ex-governador de Goiás | Foto: arquivo pessoal
Marconi Perillo, ex-governador de Goiás | Foto: arquivo pessoal

Com Goiânia fora do radar, a alternativa ensaiada pelos próprios aliados seria uma candidatura de Marconi a prefeito de Anápolis. O município é visto como um histórico reduto eleitoral do tucano. No entanto, ocorre que o desempenho de Perillo na cidade também foi decepcionante na eleição de 2022. Lá, conseguiu apenas 14,28% dos votos válidos, novamente apenas o terceiro mais votado.

Além do mapa da eleição passada e de ter em mãos pesquisas qualitativas que dimensionam sua forte rejeição nos principais colégios eleitorais do Estado, Marconi ainda tem na memória uma outra lembrança da política estadual. É que em 1992, o ex-governador Henrique Santillo, de quem Marconi diz ser discípulo, havia deixado o Palácio das Esmeraldas dois anos antes, disputou mandato de prefeito em Anápolis e encerrou com derrota sua trajetória eleitoral.