O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado se iria indicar uma mulher ou um juiz negro para a Corte, mas disse que não quer “criar um compromisso” agora. Na visão dele, não há de se considerar somente o critério identitário para o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do Jornal O Globo.

“Se eu for responder o que você perguntou, eu estarei criando um compromisso que eu não quero ter agora. Se vai ser negro, se vai ser negra, se vai ser mulher, vai ser homem, é um critério que eu vou levar muito em conta na escolha, mas não te darei nenhuma referência, porque, se eu der referência, eu estarei carimbando a futura pessoa que vai ser ministra ou ministro da Suprema Corte”, afirmou o petista.

O mandatário ainda disse que não fará a indicação “pensando num futuro problema” pessoal e que seus critérios para escolher um nome serão conhecimento jurídico e “sensibilidade social”.

“Será uma pessoa altamente gabaritada do ponto de vista do jurídico. A pessoa tem que ter uma compreensão do mundo social, dos problemas sociais desse país. A pessoa tem que conhecer a realidade. Então tem que ter o mínimo de sensibilidade social para assumir uma postura dessa, porque é muita responsabilidade”, prosseguiu.

Ele também disse que não há pressa para a escolha e que o assunto será “bem discutido” antes da decisão. “O nome que indicarei será certamente um nome que vai fazer justiça ao povo brasileiro. Jamais indicarei um ministro da Supremo Corte por conta de precisar de algum favor. Não foi assim com nenhum que indiquei e não será assim daqui pra frente”, concluiu.

O movimento que defende a indicação de uma magistrada negra para a Corte ganhou força e obteve apoio de ministros do próprio governo, como Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial). O ministro Edson Fachin, do STF, também é um dos apoiadores da ideia.