Lula defende diálogo com evangélicos e chama 2026 de “ano sagrado” em congresso do PCdoB
Raunner Vinícius Soares
17 outubro 2025 às 16h53
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Em discurso no 16º Congresso do PCdoB, realizado, nesta quinta-feira, 16, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo à esquerda brasileira: é preciso reconectar-se com o povo e aprender a dialogar com os evangélicos. Lula classificou o ano de 2026 como “sagrado” e indicou novamente sua intenção de disputar a reeleição.
No evento realizado no centro de convenções Ulysses Guimarães, Lula criticou o distanciamento da esquerda em relação às camadas populares. “Evangélico não é contra nós. Nós não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles”, afirmou. Segundo o presidente, o discurso progressista tem se limitado a ativistas e não alcança milhões de brasileiros que gostariam de participar da política, mas não são convidados.
Lula também voltou a criticar o Congresso Nacional, dizendo que “nunca esteve tão ruim como hoje”. Ele condenou a aprovação da chamada “PEC da Blindagem”, que, segundo ele, protege parlamentares envolvidos em irregularidades. O presidente ainda cobrou do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula o classificou como uma “figura politicamente grotesca” e reforçou que os avanços eleitorais da esquerda na Presidência deveriam se refletir também na composição do Legislativo.
O presidente também comentou a recente investida de Donald Trump na Venezuela, rejeitando comparações entre os dois países. “O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca será o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino”, disse Lula, criticando ingerências externas.
O congresso contou com a presença de lideranças de diversos partidos de esquerda, como PT, PCdoB, PSB, PDT e Podemos, além de representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba. A ministra Luciana Santos (PCdoB) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), reforçaram o apoio à reeleição de Lula em 2026.
Luciana criticou a política monetária do Banco Central e alertou para um “clima de guerra no Caribe” provocado pelas ações dos EUA. Já Edinho Silva, presidente do PT, defendeu uma frente ampla para derrotar definitivamente a extrema direita no Brasil.
Evangélicos
Mais cedo, Lula recebeu representantes da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no Palácio do Planalto, incluindo o deputado Cezinha da Madureira (PSD-SP) e o advogado-geral da União, Jorge Messias, cotado para o Supremo Tribunal Federal. O gesto foi interpretado como parte da estratégia de aproximação com o segmento evangélico.
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