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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou insatisfação ao saber que a Caixa Econômica Federal pretende lançar sua própria plataforma de apostas esportivas ainda este ano. Surpreso com a iniciativa, Lula convocou o presidente do banco estatal, Carlos Vieira, para uma reunião assim que retornar de sua viagem à Ásia. 

A proposta da “bet da Caixa” vem sendo desenvolvida desde 2024 e já foi aprovada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, responsável por regulamentar o setor. A autorização, no entanto, teve caráter técnico e não passou por avaliação política, o que teria contribuído para o desconforto do presidente. 

Carlos Vieira, indicado ao cargo por Arthur Lira (PP-AL), já havia manifestado publicamente o interesse da Caixa em se tornar um dos principais nomes do mercado de apostas no Brasil. Em entrevistas recentes, ele confirmou que o lançamento da plataforma está previsto para o fim de novembro, com expectativa de arrecadar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões em 2026. 

A movimentação do banco estatal, porém, contrasta com o discurso do governo federal, que tem adotado uma postura crítica em relação ao crescimento das apostas esportivas no país. O Ministério da Fazenda, inclusive, prepara uma nova proposta para o Congresso que prevê o aumento da carga tributária sobre casas de apostas e fintechs. 

Fontes próximas ao Palácio do Planalto e à cúpula da Caixa confirmaram o incômodo de Lula com o projeto. Para o presidente, a entrada de uma instituição pública no setor pode enfraquecer o posicionamento do governo, que busca maior controle e regulação sobre as bets, especialmente diante de preocupações com o impacto social e econômico dessas plataformas. 

A revelação do plano também gerou reações no meio político. Parlamentares da oposição, como os senadores Cleitinho (PL-MG) e Damares Alves (Republicanos-DF), criticaram a incoerência entre o discurso do governo e as ações da Caixa. Até mesmo vozes da esquerda, como a economista Nath Finanças, manifestaram preocupação com o envolvimento de um banco público em um setor considerado controverso. 

A reunião entre Lula e Carlos Vieira deve esclarecer os rumos do projeto e avaliar se a iniciativa será mantida, revista ou suspensa.  

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