Líder do governo Lula no Congresso, Randolfe Rodrigues rompe com Rede e Marina Silva

18 maio 2023 às 11h56

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O senador Randolfe Rodrigues, que lidera o governo de Lula no Congresso, informou recentemente ao seu partido, a Rede Sustentabilidade, que decidiu deixar a legenda. Essa decisão representa um rompimento com Marina Silva e foi motivada por uma crise que teve início no ano passado, devido a uma série de desentendimentos entre os dois.
No comunicado, Randolfe não menciona Marina e expressa agradecimentos apenas à presidente do partido, Heloísa Helena. Ele não aborda as razões específicas de sua saída na carta. O fator que mais pesou para sua saída neste momento foi o apoio do Ministério do Meio Ambiente ao Ibama, que negou a licença para a Petrobras perfurar na foz do rio Amazonas, um projeto de interesse para o desenvolvimento do estado do senador. Randolfe criticou o Ibama nas redes sociais nesta quarta-feira:
“A decisão do Ibama contrária à pesquisas na costa do Amapá não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado. O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas”.
Desentendimentos
Em 2022, Randolfe Rodrigues e Marina Silva, os dois principais nomes da Rede Sustentabilidade, distanciaram-se devido à campanha presidencial. No início do ano passado, Marina não apoiou o projeto de Randolfe de lançar uma pré-candidatura presidencial como uma maneira de colocar em destaque a questão ambiental na disputa pelo Palácio do Planalto.
- Leia mais: Randolfe Rodrigues desiste de candidatura ao governo do Amapá para coordenar campanha de Lula
O objetivo de Randolfe era posicionar o partido e, no primeiro semestre, desistir da candidatura e declarar apoio a Lula. Marina demonstrou grande relutância em apoiar o atual presidente, considerando o histórico de ataques do PT contra ela. Somente após um gesto do então candidato em direção a ela, próximo ao primeiro turno, é que Marina decidiu oferecer seu apoio.
Retaliação
Interlocutores do senador afirmam que ele viu na decisão de ontem de Marina Silva, sobre a foz do rio Amazonas, também um elemento político de retaliação a ele. Os dois disputam espaço na Rede há meses, e o ponto culminante disso foi a vitória de Heloísa Helena como presidente do partido, com o apoio de Randolfe e não de Marina, há algumas semanas.
Os dois não se falam há meses. Randolfe não foi à posse de Marina Silva, no começo do governo. Lula o escolheu líder do governo numa cota pessoal, sem relação com a Rede. Sem Randolfe, a Rede Sustentabilidade fica sem nenhum representante no Senado. O partido elegeu apenas dois deputados: a própria Marina e Túlio Gadêlha, de Pernambuco, o único a exercer o mandato.