De volta ao Brasil após a presença na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, no Egito, e encontros com o presidente e o primeiro-ministro de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará em Brasília esta semana.

Segundo integrantes da equipe de transição, espera-se que três pontos da agenda se intensifiquem esta semana com a presença de Lula. Ele deve definir os integrantes do grupo de transição na Defesa, única área cujos nomes ainda não são conhecidos. Diante da delicadeza, dada a aproximação que o meio militar teve do governo na era Jair Bolsonaro, preferiu-se adiar tal definição para quando Lula estivesse presente.

Há quem acredite ser possível que Lula já comece a esboçar alguns nomes do seu futuro ministério. Um integrante da equipe de transição lembrou na semana passada que ele assim fez em 2002, começando a indicar nomes de maior expressão e que não gerassem polêmica.

Segundo interlocutores entrevistados pelo portal Congresso em Foco, haveria uma dívida a ser paga a Haddad desde que ele foi o candidato à Presidência da República em 2018, quando Lula, condenado e depois preso na Operação Lava Jato, não pôde concorrer. Agora, Haddad disputou o governo de São Paulo e acabou derrotado por Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

Especialmente a expectativa é que avancem as negociações em torno da PEC da Transição, a proposta de emenda constitucional que permitirá ao governo pagar o valor de R$ 600 no Bolsa Família além de outras medidas. A proposta de PEC foi entregue ao Senado pelo vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin, que também iniciou a negociação com o relator do orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Fontes da transição avaliam que é alta a chance de aprovação da PEC. Mas não exatamente da maneira ideal, como gostaria o novo governo. Há uma avaliação de que as seguidas declarações feitas por Lula com críticas ao teto de gastos possam ter diminuído a boa vontade do Congresso, diante das reações do mercado e de economistas.

Após as declarações de Lula e as reações do mercado e de economistas, alguns parlamentares começaram a se declarar contrários à proposta. Caso do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). “Se essa PEC for do jeito que está, voto contra, e peço a meus companheiros do PSDB que façam o mesmo”, disse Jereissati. A declaração do senador cearense repercutiu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde trabalha a equipe de transição.

*Com informações do portal Congresso em Foco