O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, o ex-deputado Elias Vaz (PSB-GO), foi pessoalmente à reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara para conter os ânimos da bancada da bala bolsonarista, que prometia ações contra o governo. Durante semana passada, Elias buscou convencer os parlamentares que o ministério do qual faz parte tem toda disposição em dialogar e discutir como deve se dar as alterações na concessão de porte de armas no país e o recadastramento desses armamentos.

De acordo com o Blog do Noblat, cada ação do Executivo tem impacto na dinâmica da Comissão de Segurança Pública, que é dominada pela maioria bolsonarista. Como relatado em uma postagem recente desse mesmo blog, os bolsonaristas se aliaram a Sergio Moro – que foi supostamente alvo de um plano de um grupo criminoso desvendado pela Polícia Federal – para atacar Lula.

No entanto, a nova declaração infeliz do presidente Bolsonaro, acusando o ex-juiz e ex-ministro da Justiça de armar o plano, só prejudica os esforços do governo para conter a oposição.

O governo já está enfrentando problemas para aprovar suas propostas econômicas no Congresso, e a disputa entre os presidentes das duas casas – Arthur Lira e Rodrigo Pacheco – sobre a tramitação de medidas provisórias está atrapalhando o Palácio do Planalto. Enquanto isso, Lula continua a criar tensões com a oposição bolsonarista ruidosa.

Após a declaração de Lula, o governo ficou em silêncio. No dia anterior, o ministro da Justiça, Flávio Dino – um alvo favorito da oposição – passou o dia explicando a operação que visava Moro, admitindo que havia um plano em andamento. Mas Lula optou por não ouvir e fez suas próprias declarações.