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A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), convocou uma reunião no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 8, para cobrar empenho de ministros na articulação pela aprovação de projetos de interesse do governo no Congresso Nacional. O principal destaque da pauta é a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, uma das promessas centrais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre os convocados estava o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), que enfrenta pressão de sua legenda para desembarcar da base aliada. Sabino compareceu ao encontro. Já o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), em situação semelhante, não esteve presente, justificando compromissos ligados à inauguração de obras em seu estado.

Segundo o Planalto, também foram chamados os ministros Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), Simone Tebet (Planejamento), Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes), Alexandre Silveira (Minas e Energia), André de Paula (Pesca), Frederico Siqueira Filho (Comunicações), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Marcio França (Empreendedorismo), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). A lista oficial de presenças, contudo, não foi divulgada.

O encontro teve caráter de cobrança, mas também de alinhamento. Gleisi reforçou a necessidade de engajamento da Esplanada para assegurar votos e viabilizar a agenda prioritária do governo em meio à disputa com a oposição.

Após a reunião, o Planalto comemorou a sinalização do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que indicou apoio à tramitação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda. Motta afirmou ter tratado do tema diretamente com Gleisi e reforçado a prioridade da pauta com a ministra.

Integrantes da articulação política consideram que a medida tem apelo popular e pode ser aprovada com relativa rapidez, em contraste com debates de maior polarização.

Pauta da anistia fica em segundo plano

Enquanto a oposição pressiona para acelerar a análise do projeto de anistia a investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o Planalto avalia que o momento não é de tensionar o Congresso com esse tema. A estratégia, segundo auxiliares, é concentrar esforços em projetos que possam render ganhos imediatos à população e ao governo, sobretudo em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

A leitura na base aliada é de que o processo contra Bolsonaro pode se arrastar na Corte, com recursos na Primeira Turma do STF, e não deve contaminar, neste momento, a pauta econômica no Legislativo.

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