Em novos áudios, Queiroz se queixa de aliados de Bolsonaro com a “vida resolvida”

24 novembro 2023 às 07h50

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Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-braço direito de Flávio Bolsonaro durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), sugeriu que estava ciente de informações comprometedoras relacionadas a outros aliados beneficiados pela família Bolsonaro.
Ele mencionou Victor Granado, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, indicando que a esposa de Granado ocupava um cargo comissionado no gabinete do senador, com salário próximo a R$ 20 mil, desde 2019. Queiroz alegou que Granado também teria estabelecido um contrato milionário com uma advogada de confiança do senador.
“A mulher do Victor tá lá pendurada no gabinete ganhando 20 mil, o Victor tá com um contrato milionário com a Luciana… Eu não sou otário, pô, eu sei de tudo, entendeu? Eu quero falar isso com o amigo (Flávio), frente a frente. Porque, se for verdade, eu vou pro pau mesmo”, revela.
Queiroz ainda expressou insatisfação com as quantias financeiras que recebia, as quais descreveu como “migalhas”, consideradas inadequadas para cobrir suas despesas. Em mensagens de áudio enviadas ao ex-sócio de Flávio, Alexandre Santini, ele revelou suas dificuldades financeiras, especialmente durante o período natalino, buscando apoio financeiro.
“Tô passando uma dificuldade muito grande, e eu tô precisando de um dinheiro, tá? Natal chegando aqui… Tô com problema financeiro mesmo, irmão. Não é com migalhas que me dão aí de vez em quando que resolve a minha vida, não, cara”, diz.
Mais revelações
Os áudios, compartilhados em 2022, revelam Queiroz criticando a escassez de recursos financeiros e expressando a necessidade de dinheiro. A troca de mensagens ocorreu após um período de afastamento entre Queiroz e Santini, sendo que, de acordo com o portal Metrópoles, havia uma orientação entre os aliados próximos de Flávio Bolsonaro para evitar contato telefônico com o ex-assessor.
O comportamento também recebeu críticas no áudio, no qual houve uma indagação sobre a possibilidade de chamar o ex-sócio do filho de “zero um” de “amigo”. Isso ocorreu porque Santini, durante a ligação, teria declarado que não poderia mais se comunicar com Queiroz.
Os áudios revelam Queiroz indicando que era prática comum a família Bolsonaro favorecer aliados com diversos tipos de benefícios. No caso específico de Queiroz, uma das “regalias” mencionadas foi o pagamento dos boletos da universidade de sua enteada, Evelyn Mayara, que foi nomeada para o gabinete de Flávio na Alerj.
Em uma das mensagens, Queiroz solicita transferências financeiras para quitar as mensalidades do curso da enteada. “Acumula, fica seis meses, ela liga, se não (pagar) ela não pode renovar a matrícula. Eles fizeram faculdade, eles são tudo (formados em) faculdade particular, eles sabem como é que funciona isso”, continua.
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