Em entrevista ao Jornal Opção, o pastor Cláudio Romero avalia que segmento evangélico desempenha um papel significativo na formação de chapas, coligações e mesmo na escolha de candidatos tanto para as eleições majoritárias quanto para as proporcionais. “Tornou-se uma tradição dos principais partidos optarem por candidatos evangélicos para prefeito, algumas vezes acompanhados de vices católicos, ou vice-versa”, explicou.

Pastor Cláudio Romero avalia que a definição de candidato “de direita e das igrejas” é fundamental para barrar crescimento de petista. Foto: divulgação

Para as eleições deste ano, Cláudio entende que o cenário indefinido em torno dos pré-candidatos da base governista (de direita e das igrejas) favorece candidatura do petista Antônio Gomide (PT). “Até agora a cidade tem apenas dois pré-candidatos que são chancelados por seus partidos – Antônio Gomide (PT) e Hélio Lopes (PSDB). O restante, ainda que se coloquem como pré-candidatos não têm o apoio de seus partidos e isso pode acabar favorecendo o candidato que já está lançado pelos petistas”, explica.

Cláudio Romero ainda compartilha suas percepções sobre as igrejas às quais está vinculado, incluindo a liderança do pastor Victor Hugo Queiroz, da Igreja de Cristo Vida Nova, e do pastor Thiago Vinicius, da Igreja Curch In Connection. “Há uma crescente compreensão entre eles de que, embora possam optar por não se posicionar no primeiro turno, a união torna-se crucial no eventual segundo turno, especialmente contra o candidato petista”, disse.

Quando indagado sobre a possível candidatura de Márcio Correa, representante do MDB, Cláudio expressa sua avaliação crítica, descrevendo-o como alguém de postura “altiva, pouco propositiva e com escasso diálogo com outras lideranças”. Ele aponta que, embora Correa destaque os problemas da cidade, falta-lhe a apresentação de soluções concretas. Em sua visão, esses seriam os principais problemas para “o não deslanchar” de Correa até agora. E que isso até explicaria possível crescimento do colega de partido, Amilton Filho (MDB).

O espectro de candidatos na cidade está ampliado, com figuras proeminentes como o atual vice-prefeito Márcio Cândido (PSD), Amilton Filho (MDB), Márcio Correa (MDB), Leandro Ribeiro (PP) e dois Hélios – Hélio Araújo do PL e Hélio Lopes do PSDB.

Márcio Cândido (PSD) conta com lobby de peso no segmento evangélico. Foto: arquivo

Analistas políticos entendem que Márcio Cândido (PSD) angaria apoio de parte do segmento evangélico local e pode ser o nome governista escolhido para suceder Roberto.

Tanto que nesta segunda-feira, 11, Cândido se reunirá com o governador Ronaldo Caiado com a presença do Bispo Oides José do Carmo, que é presidente do maior campo das Assembleias de Deus Madureira em Goiás. A entrada ativa de Oides, busca realmente assegurar o apoio do governador Ronaldo Caiado (UB) para a candidatura de Márcio.

De acordo com interlocutores, existe a intenção de “recompensar” os sacrifícios políticos do vice-prefeito de Anápolis, Márcio Cândido, que abriu mão de se candidatar a deputado em 2018 e 2022, uma vez estadual e outra federal, em favor da igreja. Nas duas ocasiões, visando evitar a divisão de votos que poderia comprometer as chances de candidatos mais promissores vinculados às Madureiras, ele abdicou da disputa.