Élcio Queiroz será transferido de presídio e família receberá proteção
25 julho 2023 às 10h46
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Após prestar esclarecimentos sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em uma delação premiada com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz será transferido para um presídio estadual cujo local ainda não foi divulgado. Para garantir sua segurança, a família de Élcio também receberá proteção. As informações foram divulgadas por Natuza Nery, do G1.
Élcio foi o motorista do veículo Cobalt prata utilizado no atentado contra Marielle, ocorrido em 14 de março de 2018. Ele está detido desde 2019, mesmo período em que foi preso o ex-policial reformado Ronnie Lessa, responsável pelos disparos que ceifaram a vida da vereadora do PSOL e do motorista Anderson Gomes.
Detalhes revelados na delação:
- Élcio de Queiroz revelou à polícia que Ronnie Lessa confessou ter tentado matar Marielle em 2017, três meses antes do atentado fatal.
- A placa do carro usado no assassinato foi trocada, e a placa original foi destruída e jogada na linha do trem.
- Toda a comunicação relacionada ao crime foi feita através do aplicativo Confide, conhecido por suas três camadas de segurança.
- O sargento da PM, Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, intermediou a ordem para assassinar Marielle.
- As despesas com advogados dos envolvidos eram custeadas pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, que foi preso na segunda-feira (24).
- Em 2019, os envolvidos no atentado foram alertados sobre a operação que resultou na prisão de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
Motivos da delação
Ao ser questionado sobre o motivo de optar pela delação premiada, Élcio de Queiroz afirmou, em entrevista ao jornalista da TV Globo, Mahomed Saigg, que inicialmente tinha esperança de ser absolvido por falta de provas. No entanto, percebeu que o cerco estava se fechando conforme novas evidências surgiam e o incriminavam. A quebra de confiança com Ronnie Lessa, que teria mentido sobre não pesquisar informações sobre Marielle, também influenciou sua decisão de colaborar com as autoridades, conforme indicado pela PF.