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A deputada goiana Magda Mofatto (sem partido) viajou até Presidente Prudente, em São Paulo, nesta segunda-feira, 29, para se reunir com o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) e visitar a zona rural do Pontal do Paranapanema. Essa é a primeira agenda externa dos deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Os deputados estão cumprindo diligências na zona rural do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo. Segundo o MST, atualmente existem 117 assentamentos rurais na região visitada pelos membros da CPI. São mais de 7.000 famílias em 170 mil hectares. Para cientistas políticos, a Comissão tem potencial para desgastar o governo federal.

Para Magda Mofatto, a CPI do MST tem o objetivo de proteger os produtores rurais. “Os produtores rurais alimentam nosso País. Não aceito que um grupo invada a terra de quem trabalhou duro para conquistar. As atitudes do MST são criminosas e a CPI irá combatê-las!”, destacou a parlamentar.

A deputada goiana postou nas redes sociais depoimento de um dos fazendeiros que teve a sua terra invadida e os momentos vividos durante a invasão. “Eles (MST) invadiram em fevereiro e em agosto eu consegui reintegrar. Na reintegração, um monte de fossa ficou na fazenda, um monte de lixo. Você ser o proprietário e chega na fazenda e não pode entrar. Eles falam que tem que falar com a coordenação, com o responsável”, relatou o produtor rural.

Estão na cidade os seguintes deputados: Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da comissão;
Ricardo Salles (PL-SP), relator; Caroline de Toni (PL-SC); Lucas Bove (PL-SP); Magda Mofatto (sem partido-GO); Messias Donato (Republicanos-ES); Nilto Tatto (PT-SP) e Rodolfo Nogueira (PL-MS);

O outro lado

Em entrevista ao site do Jornal O Globo, o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) disse que a região se desenvolveu nestes 30 anos de atuação do MST. “É difícil você encontrar um município aqui que não se desenvolveu, que se desenvolveu em função dos assentamentos de Reforma Agrária. Aqui, praticamente só tinha gado e monocultura. Hoje você tem 117 assentamentos que produzem alimentos diversos, boa parte destes alimentos, inclusive, chegam na mesa das pessoas de todo o Pontal e não só do Pontal. Então é estranho que esta CPI venha para combater este tipo de política pública, que inclui as pessoas, cria perspectiva de geração de renda, de desenvolvimento das famílias”, disse.

Há quase 33 anos, o MST fazia a primeira ocupação de terra no Pontal do Paranapanema. Em 14 de julho de 1990, cerca de 800 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocupavam a fazenda Nova Pontal, em Rosana, reivindicando Reforma Agrária.