O Partido Lideral (PL), autor inicial do pedido de cassação por suspeita de abuso econômico na campanha de Sergio Moro ao Senado pelo União-PR, encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) um “pedido de desistência” dos depoimentos do ex-juiz e dos suplentes Luís Felipe Cunha e Ricardo Guerra, programados para a próxima quinta-feira, 7. Apesar disso, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza indeferiu a solicitação, mantendo as oitivas que iniciam nesta semana.

Os apoiadores da base do presidente Lula da Silva, que inicialmente vislumbravam a cassação do senador Sergio Moro, interromperam as articulações ao perceberem que Jair Bolsonaro poderia se beneficiar. Enquanto isso, o PL, partido do ex-presidente, concentra suas esperanças na ação protocolada no TSE (Moro também enfrenta outra, proveniente da coalização de Lula).

Dos 11 depoimentos originalmente planejados, apenas dois foram realizados, principalmente devido à dispensa das testemunhas do PL e da Federação do PT-PV-PCdoB, responsável por outra ação com o mesmo objeto, que resultou na unificação dos processos. A defesa de Moro também dispensou duas testemunhas na sexta-feira, incluindo o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR).

No meio jurídico, a dispensa de testemunhas inicialmente arroladas, a realização de depoimentos de investigados ou mesmo a renúncia a prazos para manifestações são vistas como estratégias para acelerar os processos.

Os advogados do PL e do PT confiam que os documentos e contratos fornecidos pelo União Brasil e pelo Podemos, partido no qual Moro foi apresentado como pré-candidato à Presidência da República entre o final de 2021 e o início de 2022, são suficientes para sustentar a tese de abuso de poder econômico durante o julgamento do colegiado do TRE-PR.

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