Crise na Câmara de Valparaíso: vereadores denunciam manobras para barrar sessões
09 dezembro 2024 às 14h15
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Paulo Henrique Magdalena
A reportagem do Jornal Opção Entorno acompanha os desdobramentos da crise no Poder Legislativo Municipal de Valparaíso, agravada após a Operação Má Influência, realizada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) para apurar suspeitas de fraudes em licitações.
Desta vez, o vereador Edson de Souza Nunes (Podemos), vice-presidente da Câmara, relatou ações que teriam como objetivo impedir a continuidade das atividades legislativas no município. “Chegamos à Câmara para tentar conduzir a sessão e deparamos com a casa sem energia. Todos os cabos estavam desligados. Não foi a concessionária, porque as contas estão em dia. Isso foi uma sabotagem”, denunciou.
Segundo ele, as manobras visam bloquear a discussão, entre os parlamentares, acerca do afastamento de vereadores investigados. “O presidente da Casa, Alceu Gomes (UB), encerrou os trabalhos legislativos na tentativa de impedir essa votação. Mesmo assim, vamos insistir e tentar realizar a sessão, porque a população merece respostas”, disse Edson.
Ele também destacou o impacto das denúncias da Operação Má Influência. “É muito grave. Pedras preciosas, dinheiro em gabinetes e mandados de busca em residências mostram que há algo errado. Queremos transparência e que a justiça seja feita”, salientou.
Projetos parados e irregularidades
A vereadora Cláudia Aguiar (PSDB) criticou duramente os recentes acontecimentos na Casa. “O presidente Alceu encerrou as atividades de forma ilegal e imoral. Temos duas atas pendentes e projetos de lei registrados para votação. Ele não tem autonomia para acabar com as sessões sem a aprovação dessas pautas”, afirmou.
Cláudia também ressaltou que as ações de Alceu desrespeitam os vereadores e a população. “Ele está tratando a Câmara como se fosse dele. Nenhum presidente tem o direito de proibir vereadores de trabalhar. Isso é um ataque à democracia”, criticou.
A parlamentar ainda questionou as intenções do presidente. “Se ele deve à Justiça, se está correndo de dar explicações, que peça afastamento. Não dá para aceitar esse tipo de comportamento dentro da Casa de Leis”, finalizou.
Entenda o caso
Deflagrada pelo MPGO com o intuito de investigar fraudes em licitações, a Operação Má Influência apreendeu R$ 10.800 em espécie e pedras preciosas sem licitude comprovada, após mandados de busca e apreensão em residências, empresas e gabinetes de vereadores e ex-gestores de Valparaíso.
Para Edson Nunes, a gravidade da situação exige respostas rápidas e firmes. “A população precisa acompanhar isso de perto. Não vamos desistir de garantir a transparência e o respeito ao trabalho legislativo”, concluiu.
O presidente da Câmara de Valparaíso, vereador Alceu Gomes (UB), foi novamente procurado pelo Jornal Opção Entorno para comentar as acusações, mas não atendeu às ligações e nem retornou as mensagens. O espaço segue aberto, caso o parlamentar deseje se manifestar.