CPI do MST: invasão aquece cobrança e ministro deve ser convocado
01 agosto 2023 às 10h06
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A invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) a uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Pernambuco, reacendeu a chama da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), responsável por investigar o MST. A comissão, que tem como relator o deputado Ricardo Sales (PL-SP), inclusive, deseja trazer o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para depor na próxima semana.
Os pedidos de convocação de Teixeira serão votados nesta terça-feira, 1. O ministro já disse que vai participar e, por acordo, o requerimento deve ser transformado em convite. O terreno, no entanto, já foi desocupado, de acordo com a Embrapa.
Ricardo Salles afirmou que a invasão será considerada quando ele elaborar o parecer do colegiado e também servirá como uma das justificativas para prorrogar a duração da CPI. A expectativa é que a comissão ouça José Rainha, sindicalista que já foi um dos líderes do MST, na quinta-feira, 3.
Semiárido show
O intuito da invasão é impedir o Semiárido show, evento do agronegócio que ocorre nesta terça-feira. De acordo com o próprio MST, a atitude foi uma reação à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo reclama que o Ministério do Desenvolvimento Agrário não cumpriu o assentamento de 1.550 famílias, que teria sido negociado em abril deste ano.
Durante o Abril Vermelho, quando as invasões foram intensificadas, o movimento havia invadido este mesmo terreno da Embrapa, mas acabou retirado por decisão judicial. Na ocasião, o MST afirma que solicitou certas demandas de Lula, como a concessão de seis mil hectares na região e a recriação da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Petrolina.
As ações realizadas em abril foram justamente o motivo da oposição na Câmara articular a criação da CPI do MST.