O primo da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Bengston, teve a sua convocação para a CPI do MST solicitada pelas deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ). Na semana passada, a família foi implicada em operação da Polícia Federal que apreendeu em avião cerca de R$ 4 milhões em maconha. As informações são do Blog do Noblat, do site Metrópoles.

Marcos é acusado de torturar e matar José Valmeristo Soares, o Caribé, um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 2010. Segundo as investigações, dois pistoleiros contratados pelo fazendeiro teriam sequestrado e torturado o militante. Treze anos se passaram e Marcos ainda aguarda a data do júri popular.

O conflito teria relação com o crime de grilagem de terra em Pau D’Arco (PA), mesma cidade em que ocorreu um dos casos mais violentos da disputa de terra no Brasil. A chacina do Pau D’Arco completou 6 anos no final de maio e foi responsável pela morte de 10 trabalhadores sem terra.

O pai de Marcos é o ex-deputado federal Josué Bengtson, tio de Damares Alves e líder da Igreja Evangelho Quadrangular. A Polícia Federal apreendeu na última quinta-feira, 1º, um avião de Bengtson com 290 quilos de maconha no aeroporto de Belém (PA). Segundo a PF, a droga tem valor de mercado próximo aos R$ 4 milhões.

Ao que tudo indica, a CPI continuará sendo palco apenas de depoimentos pró e ou contra governo em vez que avançar em temas importantes como a questão fundiária, a reforma agrária, a demanda represada de déficit de moradia e terra para plantio, cultivo familiar, distribuição de renda e as mais de 80 mil famílias que esperam respostas para os problemas citados.