Confira pré-candidaturas à esquerda em Goiânia e Goiás
31 janeiro 2024 às 07h45
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Se nas últimas eleições municipais os partidos que integram a esquerda em Goiás elegeram apenas 23 prefeitos, para 2024 existe a expectativa de duplicar esse número. A população busca por um gestor, mais acima de tudo, procura alguém que entenda as demandas da população. Um candidato que tenha um projeto para Goiânia. Com o presidente Lula (PT) no poder, os partidos se sentem mais fortalecidos e ganham um fôlego maior.
Até o momento, somente uma pesquisa oficial sobre as eleições municipais foram divulgadas. Em ambos os cenários apurados, o atual prefeito Rogério Cruz (Republicanos) não disputaria nem mesmo o segundo turno do pleito. De acordo com o Paraná Pesquisas, Vanderlan Cardoso (PSD) lidera com 25,8% e, em seguida, vem Adriana Accorsi (PT), com 18,9% das intenções de voto.
Na última terça-feira, 30, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-candidato a governador, Gustavo Mendanha, disse que candidaturas de esquerda não tinham muita chance de vingar em Goiânia, porque a cidade é “a capital mais extrema-direita” do país. Nas eleições de 2022, Bolsonaro ganhou com 63,95% as intenções de voto, seguido por Lula com 36,05%. Na capital, os três prefeitos eleitos pelo PT em Goiânia foram todos professores: Pedro Wilson, Darci Accorsi e Paulo Garcia.
Confira como tem se articulado os partidos de esquerda para as eleições municipais em Goiânia e Goiás.
PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
Presidente do PSOL em Goiás, Cíntia Dias, afirmou que a legenda ainda está em processo de convenção dos diretórios. No triênio, a socióloga conduzirá a legenda nas eleições municipais de 2024 e de 2026. Ela contou ao Jornal Opção que vai se candidatar à vereadora nas eleições de 24, mas que a legenda vai trabalhar com outros nomes em Goiânia.
“A prefeitura de Goiânia foi muito ausente e agora quer aparecer. Aparecem causando transtorno para falar: olha estamos aqui. E, não passa disso. A prefeitura hoje não tem projeto coletivo, social, não tem projeto para Goiânia. É uma governabilidade Inconsistente, marcado por troca de secretariado recorrentemente e liberdade de cargos para atender os vereadores e calar CEIs. Não entregou um projeto para Goiânia que realmente colocasse materialidade na solução dos problemas de Goiânia”, afirmou Cíntia.
O partido se posiciona firmemente em oposição ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), e aos prefeitos de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Sem possíveis alianças e trocas de cargos por interesses políticos. Segundo ela, a discussão sobre Goiânia e outros municípios goianos tem acontecido desde o ano passado. “Existe sim uma tendência a conversar com o PT, mas com um limite, que vai depender de como o partido vai se dialogar com a direita”, explicou Cíntia.
A Federação Brasil da Esperança (PCdoB, PT e PV) conta, hoje, com três pré-candidaturas. Adriana Accorsi (PT), Cristiano Cunha (PV) e Fábio Tokarski (PCdoB). A obrigação legal de permanecerem na federação por pelo menos quatro anos faz com que somente partidos com uma boa afinidade ideológica e de programas busquem se unir para uma atuação conjunta, tanto legislativa, quanto nas eleições, por meio desse instituto jurídico.
Cíntia avalia que o partido pode formar uma chapa robusta para a eleição não apenas na Capital, mas também em Anápolis e Aparecida. “Teremos nomes fortes em Goiandira, Senador Canedo, Caldas Novas, Pirenópolis, Quirinópolis, no Entorno, entre outros municípios”, pontuou. Ela afirmou que o partido vai apostar em chapas femininas e tem trabalhado para atrair mulheres, LGBTQIAPN+, negros, quilombolas e povos originários nas eleições municipais.
Sobre seu projeto de cidade, a presidente do PSOL afirmou que quer uma cidade pujante, verde, diversa e menos desigual. “Eu quero uma Goiânia que as pessoas participem dessa cidade, que as mulheres não tenham medo de sair para tomar um chope e voltar para casa. Eu quero que as meninas vão buscar os pães e voltem pra casa. Eu quero que os meninos participem de gincana, que as crianças sejam crianças, que tenham mais parques, que eles sejam bem revitalizados e também estejam na periferia”.
Se nas últimas eleições municipais os partidos que integram a esquerda em Goiás elegeram apenas 23 prefeitos, para 2024 existe a expectativa de duplicar esse número. “Eu quero que todas as escolas públicas tenham estrutura de qualidade e que a educação faça com que as crianças não cheguem ao ensino médio com um déficit enorme de educação. Eu quero que as pessoas tenham comida de qualidade, eu quero que o campo participe da nossa cidade, que tenha espaço em feiras. Eu quero que o centro de Goiânia seja participativo, que a gente esteja no centro com qualidade, com segurança”, continuou.
“Eu quero uma Goiânia menos desigual, eu quero uma Goiânia participativa, eu quero que todas as pessoas tenham orgulho de estar em uma Goiânia mais arbonizada também. Segurança pública, economia, educação e qualidade de vida têm que ser prioridade nesse governo”, finalizou Cíntia.
Como nomes fortes à Prefeitura de Goiânia pelo PSOL, ela citou Rogério Cunha, liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), e a presidente estadual da Intersindical, Professora Ailma.
PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
O pré-candidato do PCdoB para prefeitura de Goiânia, lançado pelos órgãos dirigentes da Capital, desde do dia 30 de Setembro de 2023, e com a aprovação das direções estadual e nacional, é o engenheiro civil e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fábio Tokarski.
Foi por três mandatos vereador de Goiânia, foi Secretário Municipal na capital, deputado estadual de 2002 a 2006 e foi assessor no ministério da Fazenda no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. É secretário nacional de Finanças do Comitê Central do PCdoB.
Interior de Goiás e o agronegócio:
Questionado sobre os municípios de Rio Verde, Catalão, Jaraguá e Jataí, o partido disse que ainda não definiu seu projeto majoritário a prefeitura nestes municípios. Podendo lançar candidatura própria da Federação Brasil da Esperança ou a Federação apoia candidatura de outro partido. “A discussão ainda está no âmbito da Federação e o quadro político é de candidaturas ainda está muito aberto na maioria dos municípios no estado”, afirmou Honório Ângelo da Rocha, Presidente do Comitê Estadual do PCdoB de Goiás.
Para além da capital, o partido vai lançar candidatos a vereador/a em: Aparecida de Goiânia, Anápolis, Senador Canedo, Trindade, Inhumas, Itaberai, Goianira, Cidade de Goiás, Santa Rosa, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Porteirão, Itumbiara, Morrinhos, Luziânia, Cidade Ocidental, Valparaiso, Novo Gama, Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto, Planaltina, Formosa, Uruaçu, Porangatu, Ipora, Crixas, entre outros.
Sobre o enfrentamento à elite do agronegócio, o PCdoB disse que adotará como tática eleitoral nacional a de fortalecer o campo democrático, progressista e popular. “Para derrotar a direita e extrema direita em Goiás, vamos construir em Goiás a maior frente ampla possível a partir da base de sustentação do Governo Lula”, explicou Honório.
O PCdoB realiza, no dia 6 de fevereiro, o lançamento oficial da pré-candidatura do ex-vereador Fábio Tokarski e do “Movimento Goiânia 100 anos: o futuro começa agora”. O objetivo é iniciar debates com filiados e especialistas sobre as demandas que devem ser alvo de discussão durante o processo eleitoral deste ano em Goiânia
“O Partido Comunista do Brasil é uma organização de caráter socialista, patriótica e anti-imperialista, expressão e continuação da elevada tradição de lutas do povo brasileiro, de compromisso militante e ação transformadora contemporânea ao século XXI”, finalizou Honório. As ideias da legenda são inspiradas nos valores da igualdade de direitos, liberdade e solidariedade, de uma moral e ética proletárias, humanistas e democráticas.
O projeto eleitoral goiano indica que a convenção da Federação Brasil da Esperança, (PT, PCdoB e PV), marcada para julho de 2024 terá como meta, retomar as 25 cadeiras que o PCdoB de Goiás já teve em todo o estado. Para tanto, Honório destacou também o nome da ex-deputada Isaura Lemos como pré-candidata à Câmara Municipal de Goiânia. Pelo seu histórico político eleitoral, sendo, deputada estadual por cinco mandatos e uma liderança do movimento de luta por moradia.
Tokarski afirma que a federação, formada pelas três siglas, têm até o prazo das convenções, entre 20 de julho e 5 de agosto, para definir qual será o projeto único para a eleição em Goiânia.
PT (Partido dos Trabalhadores) em Goiás
Único nome já definido para disputar a eleição para a prefeitura de Goiânia, a deputada federal Adriana Accorsi (PT), vai realizar o lançamento oficial da pré-candidatura no próximo sábado, 3. O partido ainda não definiu a programação nem o local do evento.
O jornal Estado de S. Paulo citou que a deputada se apresenta com uma das prováveis candidaturas petistas mais competitivas para outubro de 2024. O veículo paulista acentuou que a disputa na Capital é acirradíssima, onde Accorsi teria 15% das intenções de votos e Cardoso, 23%. Assim, com a possível desistência do senador para apoiar o PT, o cenário ficaria mais atraente à legenda de Lula.
Convidada por Lula e pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, para disputar a Prefeitura de Goiânia nas eleições de 2024, a deputada federal delegada Adriana Accorsi é vice-líder do bloco do governo na Câmara e uma das principais articuladoras do estado de Goiás com o governo federal.
Como ela informou anteriormente ao Jornal Opção, em Goiânia, o partido tem dialogado com o senador Vanderlan Cardoso (PSD). “O deputado Rubens conversou recentemente com o senador Vanderlan, então pode ser que no futuro tenha alguma composição sim”, explicou sobre a possível chapa.
O professor universitário Edward Madureira vai ser candidato a vereador em Goiânia. O ex-reitor da UFG e primeiro suplente de deputado federal pelo PT confirmou ao Jornal Opção que vai postular uma vaga na Câmara Municipal de Goiânia, em outubro deste ano, daqui a oito meses. Além disso, ele foi escolhido para coordenar a elaboração do plano de governo de Adriana.
“A gente já percebe que, muito claramente, que um dos principais problemas de Goiânia, hoje, é o que se chama de ‘zeladoria’. Goiânia está muito mal cuidada tanto a questão da pavimentação, como das praças, dos parques, quanto a questão do lixo. Vivemos uma crise atrás da outra”, explicou Edward.
Outras diretrizes do plano incluirão o bem-estar dos goianienses e a mobilidade, com foco na melhoria do trânsito e do transporte coletivo. A candidata enfatiza que a saúde é uma preocupação constante da população, e a mobilidade urbana também apresenta desafios significativos. A proposta é conceber uma cidade onde pedestres e ciclistas tenham prioridade, e o transporte público seja de alta qualidade, proporcionando uma opção real para as pessoas. Para ela, é impraticável imaginar uma cidade onde todos dependam exclusivamente do transporte particular.
Na última quarta-feira, 30, Adriana esteve reunida com representantes do PSOL e REDE. “Numa reunião inspiradora, tive a honra de estar ao lado de Alexandre Almeida França, porta voz da Rede; Cíntia Dias, presidenta do PSol; e Mauro Rubem, Deputado Estadual pelo PT, que compartilha nosso sonho. Juntos e juntas, mergulhamos em diálogos profundos sobre o futuro de Goiânia. Unindo forças, estamos empenhados em tecer, com mãos entrelaçadas, o tecido de uma cidade mais justa e democrática”, disse a pré-candidata.
Sobre as candidaturas do partido nos outros municípios, a reportagem tentou contato com a presidente do PT em Goiás, Katia Maria, mas não obteve retorno.
REDE Sustentabilidade
As agremiações partidárias PSOL e REDE estão articulando internamente e com a Federação PSOL REDE para explorar as possibilidades de atuação política. Ambos os partidos têm bases estatutárias e valores significativos para a sociedade em Goiás. O PSOL destaca-se pelos seus princípios nos direitos humanos, enquanto a REDE concentra-se em questões socioambientais sustentáveis. Estão sendo identificadas sinergias e áreas de colaboração mais relevantes para ambas as agremiações políticas.
O Partido REDE Sustentabilidade Goiás, hoje, tem dois Porta Vozes, que a representam politicamente; Marta Helena Mendes de Queiroz e Alexandre França. A REDE Goiânia está com os seus Porta-vozes, Lilia Monteiro e Sandro Jadir, que estão articulando com os filiados da capital para as Eleições de 2024. É possível o lançamento de uma majoritária Federação PSOL REDE e aconstrução da chapa de vereadores (as) com nomes, que somarão as bases de valores nos direitos e questões socioambientais estatutárias da REDE.
“A REDE ainda não definiu a candidatura à Prefeitura de Goiânia”, explicou Marta Helena. Nos bastidores, porém, Alexandre Almeida França, disse que o convite pra ser pré-candidato veio da base da própria REDE em Goiânia. Segundo Marta, existem nomes ventilados a candidatura a vereadores, por conta das tratativas com a Federação, a qual faz parte. Um dos possíveis nomes é o da socióloga Cíntia Dias.
O partido diz que precisa ter um olhar macro e não somente local, mas também, paralelamente, de políticas locais, conjuntas e distributivas, que envolvam a grande Goiânia. Segundo o IBGE, é a região que mais cresceu no país, com um crescimento de mais de 390 mil habitantes, ou seja 18,9%, desde o último Censo de 2010.
Goiânia contou com um aumento de 10,4% desde 2010, saltando de uma população de 1.301,912 para 1.437,237 habitantes em 2022. “Daí, a necessidade em realizarmos políticas públicas e privadas a beneficiar este crescimento populacional, de modo, a desenvolver uma educação socioambiental sustentável na região, na organização e crescimento das cidades”, pontuou Alexandre.
No Estado de Goiás, as Comissões Provisórias Municipais estão se articulando e realizando as Conferências para organizarem-se para as Eleições de 2024, agora no início do ano. A Convenção Partidária da Federação PSOL REDE será realizada em tempo hábil, para que os candidatos da Rede, lancem suas candidaturas a Prefeito e Vereadores, dependendo das realidades apresentadas.
Tendo em vista, que as Comissões Municipais no Estado nos municípios citados (Rio Verde, Catalão, Jaraguá e Jataí) estão em fase de preparação e realização de Convenções. “Estamos aguardando, para que, após a Convenção, a Federação PSOL REDE constituída nos municípios, possa informar as articulações políticas realizadas nos mesmos”, completou Marta. A Direção Estadual se reúne toda quarta-feira para avaliar os pedidos de municípios com interesse de construir a Federação e informando como estão articulações políticas em suas regiões.
Luta ambiental num estado dominado pelo agronegócio
O Partido REDE SUSTENTABILIDADE, encontrando-se em sua fase de adolescência, busca consolidar-se como uma representação amplamente ouvida. O partido almeja representar diversos setores, incluindo movimentos sociais, populares, estudantis, sindicais, organizações não governamentais, científicas e tecnológicas. Além disso, visa atender aos interesses de segmentos que valorizam o desenvolvimento sustentável como elemento primordial na economia, especialmente em Goiás, onde o setor do agronegócio se beneficia dessa visão altruísta, solidária, cooperativa e construtiva para o bem de todos.
É por meio desse enfoque que o Estado poderá almejar, no futuro, a redução da desigualdade social e da violência em todas as suas camadas sociais e peculiaridades. Goiás, segundo dados do IBGE, abrange uma área territorial de 340.242.859 km2, com uma população de 7.056.495 habitantes. Em 2017, as receitas realizadas foram de 37.885.335.17. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2021 é de 0,737, e o desenvolvimento mensal per capita em 2022 é de 1.619 R$. No entanto, observa-se um descompasso significativo nessa equação do desenvolvimento social e humano sustentável.
“As Receitas do Estado de Goiás não deram conta de dirimir a violência social e a desigualdade latente entre as Receitas realizadas, em paralelo com desenvolvimento humano e desenvolvimento social”, questionou Alexandre. Logo, ele aponta que o País precisa de um planejamento estratégico para mudanças de rota econômico-social-ambiental-sustentável; que abranja a Economia, a Educação Tecnológica Científica Ambiental Sustentável e o desenvolvimento da qualidade de vida humana das pessoas no Estado de Goiás nas próximas décadas.
Além disso, é importante destacar que o Estado de Goiás, de acordo com dados do IBGE, conta com 4.542.235 veículos em circulação até 2022. No entanto, persistem problemas cruciais nos sistemas de transporte urbano coletivo nas grandes e médias cidades do Estado, especialmente em meio ao contínuo crescimento populacional.
É imperativo estabelecer um desenvolvimento estratégico dos transportes coletivos para atender às atuais necessidades da população no deslocamento diário, conforme estabelecido pelos direitos previstos na Constituição Federal. Isso implica a implementação de sistemas de transporte coletivo público mais eficientes e ágeis, alinhados a uma gestão voltada para o desenvolvimento humano das cidades, antecipando as demandas presentes e futuras das próximas décadas. A ação deve ser pautada pela previsibilidade e sustentabilidade.
Desmatamento do Cerrado
O Estado de Goiás ocupou, no 1º semestre de 2023, a quinta posição no ranking de maiores desmatadores do Cerrado. A informação é do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que informou, ainda que estado teve 36,8 mil hectares de área degradada.
Por isso, também, propositura da ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade 00832339720231000000 – pela Rede Sustentabilidade Nacional e outras entidades ambientalistas que assinaram, impetrada no STF (Supremo Tribunal Federal) em relação a de Inconstitucionalidade a Lei Estadual 22.017/23 aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás e sancionada pelo Governador Ronaldo Ramos Caiado.
“Ressalta-se a importância do desenvolvimento e crescimento da Agricultura Familiar neste processo de economia e abastecimento interno dos alimentos; além do fortalecimento das famílias no mercado de trabalho, como medidas de integração”, completou os dirigentes do partido.
Considerando que Goiás é predominantemente caracterizado pelo domínio do Agronegócio, a Rede Sustentabilidade tem o papel fundamental de fomentar práticas agrícolas e pecuárias mais sustentáveis. Além disso, a atuação do partido pode ser crucial na mitigação dos impactos ambientais adversos do agronegócio,
“O Partido Rede está aberto ao diálogo e numa cultura de paz, naquilo que poderá ajudar a sociedade goiana. O Agronegócio é relevante fonte de dinamismo da economia brasileira, possui também, enorme potencial de redução das emissões de carbono e está exposta a grandes desafios em função da própria mudança do clima que irá afetá-lo, fortemente”, refletiu Marta.
Uma das ações propostas é desenvolver programas de compensação financeira, que beneficiem comunidades tradicionais e agricultores familiares, pela conservação da biodiversidade e ecossistemas, e serviços ambientais gerados por esta importante contribuição.
A REDE atuará em âmbito nacional, com estrita observância do Estatuto, do seu Programa Partidário e da Legislação em vigor, em pleno respeito aos valores e princípios, conforme a seguir: a pluralidade política; a dignidade da pessoa humana; a justiça social; a defesa dos direitos das minorias; o respeito à natureza e à vida em todas as suas formas de manifestação e da promoção e defesa do meio ambiente, ecologicamente equilibrado; a função social da terra e dos conhecimentos tecnológicos e científicos; a função social da propriedade; a solidariedade e a cooperação; o respeito às convicções religiosas e à liberdade para professá-las; a transparência, eficiência e eficácia na gestão pública; a impessoalidade e o interesse público; a legalidade; o pleno respeito às diversidades, à coisa pública e ao bem comum; e, a construção de consenso progressivo nas deliberações da REDE.
A Rede defende uma Reforma Tributária, que seja justa e eficiente, além de uma Reforma do Pacto Federativo. Também, defende a criação de políticas públicas que incentivem os investimentos produtivos em setores vitais para o desenvolvimento sustentável do país. Valoriza a transparência e a participação popular na tomada de decisões políticas. Ao fim, defende a democracia e a liberdade como valores fundamentais da sociedade brasileira.
Em especial, alinhando com as propostas e gestões político ambientais do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Economia, Ministério da Educação e demais Ministérios afins, em especial com o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e a Ministra Marina Silva, para assegurar Recursos de Desenvolvimento Ambiental Sustentável para os Municípios, de conformidade com a Lei Orçamentária Anual a ser aprovada, a fim de alcançar os seus objetivos de fortalecimento e desenvolvimento da política ambiental em Goiás.
UP (Unidade Popular) em Goiás
A UP terá uma reunião estadual em conjunto com o Diretório Municipal de Goiânia nos dias 3 e 4 de fevereiro, onde serão debatidas de maneira concreta e objetiva a situação dos principais municípios onde a UP atua, especialmente diante das políticas do governo estadual de Ronaldo Caiado. Nesse encontro, serão abordados os ataques aos direitos da população, a efetividade do partido nesses municípios e, de forma particular, a situação em Goiânia.
Na análise da UP, o governo de Rogério Cruz em Goiânia é visto como um verdadeiro governo do caos e desastre. “No último período, a população enfrentou uma situação concreta de abandono, com o aumento significativo de pessoas em situação de rua no centro da cidade”, denunciou Gabryel Henrici, presidente do UP em Goiás.
A situação é agravada pelo desemprego e pelas questões emergenciais como fome e miséria, deixando uma considerável parcela da população mais vulnerável desassistida. Na perspectiva da UP, o governo de Rogério Cruz não tomou medidas eficazes para enfrentar esses desafios. “A UP pensa, nesse momento, em lançar uma candidatura, mas que ainda vai ser discutida internamente, como o nome do nosso companheiro Reinaldo Pantaleão, que foi nossa candidato ao governo do estado nas últimas eleições, entre outros nomes que também foram parte da discussão acerca também da nossa nominata de vereadores”, explicou Gabryel.
A legenda possui perspectivas em Anápolis e Aparecida de Goiânia, que são as principais sessões do UP. Todos os nomes serão apresentados durante a reunião estadual junto com o Diretório Municipal de Goiânia. A análise abrangerá diversos aspectos, incluindo a consulta aos filiados em plenárias abertas para discutir o programa e construção coletiva, considerando também as questões específicas de cada cidade.
Além da reunião dos diretórios, essas etapas nos meses de fevereiro e março serão cruciais para definir os nomes e os municípios nos quais a UP terá alguma forma de inserção, incluindo o lançamento de candidaturas. Em relação à pergunta sobre o apoio da UP a algum candidato em Rio Verde, Catalão, Jaraguá e Jataí, essa decisão também será parte da discussão sobre a conjuntura estadual e a atuação em municípios onde temos maior presença e conexão com a realidade das pessoas.
Acerca do agronegócio, o partido diz que tem uma posição historicamente consagrada, que é o debate sobre: “para quem é produzido os alimentos do nosso país?”. “O agronegócio usa boa parte da tecnologia do nosso país, dos investimentos virtuosos de empresários do campo, que durante anos perseguiram boa parte da população campesina, dos pequenos agricultores”.
O líder do partido ressalta que é a agricultura familiar quem produz a maior parte dos alimentos que estão na mesa das famílias brasileiras. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. O último censo agropecuário realizado pelo instituto em 2017 mostrou que, naquele período, os pequenos respondiam por 48% da produção de café e banana, 80% da mandioca, 69% do abacaxi e 42% do feijão.
“O agrotóxico mata a nossa população com diversas doenças, como câncer, o que já é fonte de estudos. Esse movimento que o agronegócio faz de devastar o campo para tentar plantar soja, que na prática só serve para exportação para fora do país, inclusive encarecendo os alimentos. Nós achamos que o agronegócio hoje só contribui para duas coisas: encher o bolso de diversos empresários, para não alimentar boa parte das famílias pobres brasileiras e para adoecer elas”, afirmou Gabryel.
Ele explicou como o agronegócio tem desmatado áreas significativas, incluindo hectares de importância vital. Áreas de proteção ambiental têm sido impactadas na prática, contribuindo para os desastres ambientais observados na Amazônia e no próprio Cerrado Brasileiro. Essa atividade agrícola intensiva tem sido associada aos incêndios e outros problemas ambientais que enfrentamos em diversas épocas do ano, não apenas durante os períodos mais quentes e secos nesses locais.