O processo de investigação envolvendo o senador Sergio Moro (União-PR) por abuso de poder econômico ganhou um novo capítulo. Segundo a investigação, durante a pré-campanha presidencial, quando Moro era filiado ao Podemos, os gastos ultrapassaram R$ 6,5 milhões, enquanto o limite máximo permitido era de R$ 4,4 milhões.

A questão do abuso de poder econômico tem sido alvo de ações movidas pelo PL e pela Federação Brasil B (PT, PCdoB e PV) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Além disso, há uma outra acusação, a de caixa 2, baseada em suspeitas de triangulação de valores gastos nas duas pré-campanhas: à Presidência e ao Senado por São Paulo, além da disputa do Senado pelo Paraná. A defesa de Moro alega que ambas as pré-candidaturas não tiveram impacto no resultado das eleições, nas quais ele saiu vitorioso. As informações são do jornal “Folha de Londrina”.

Enquanto Moro enfrenta a possibilidade de perder seu mandato, outros personagens estão de olho na situação, caso a Justiça Eleitoral casse o senador. Entre esses nomes estão: Gleisi Hoffmann, presidente do PT; Ricardo Barros, deputado licenciado e secretário de Indústria e Comércio paranaense; e o ex-deputado Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar na disputa ao Senado e é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Ratinho Júnior (PSD).

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De acordo com avaliação de analistas, o maior desafio para Moro está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O relator da ação no Paraná é o desembargador Dartagnan Serpa Sá, e lá, o senador tem a possibilidade de vencer com um placar apertado. No entanto, interlocutores em Brasília acreditam que a expectativa é de que ele tenha um destino similar ao do ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

A situação de Moro se assemelha ao caso da juíza Selma Arruda (Podemos-MT), que perdeu o mandato em 2020 após ser condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pela Mesa Diretora do Senado por abuso de poder econômico e caixa 2 nas eleições de 2018. Curiosamente, à época da cassação, ela era conhecida como “Moro de saias” e contava com uma grande quantidade de seguidores nas redes sociais.