Ciro aponta Tarcísio e Ratinho Júnior como herdeiros de Bolsonaro
05 outubro 2025 às 09h14

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O senador Ciro Nogueira (PP) afirmou, em entrevista ao O Globo, que a definição sobre quem representará a direita na eleição presidencial de 2026 deve ocorrer até janeiro. Segundo ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não teria como recusar uma eventual convocação de Jair Bolsonaro para concorrer ao Palácio do Planalto.
O ex-presidente está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral e por condenação do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionada à tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.
Ao ser questionado sobre os nomes mais fortes para suceder Bolsonaro como líder da direita, Ciro Nogueira destacou que, “se fosse hoje, vejo dois candidatos viáveis: Tarcísio e Ratinho Júnior”, referindo-se ao governador do Paraná.
Para o senador, ambos reúnem características que os tornam competitivos em um cenário eleitoral polarizado. “Eles têm metade da rejeição do Bolsonaro e quase 40% de desconhecimento, o que é potencial de crescimento. Mas só têm viabilidade com o apoio do presidente Bolsonaro”, afirmou.
Ciro também indicou que acredita que Bolsonaro já tomou sua decisão sobre o sucessor político, embora ainda não tenha tornado pública. “Acredito que ele já decidiu. Defendo que comunique isso em dezembro para ser anunciado em janeiro. Quem vai ser, só ele sabe. Eu imagino, mas quem tem legitimidade e autoridade para dizer é ele ou o Flávio (um dos filhos) ou até a Michelle (ex-primeira-dama), que tem contato direto com ele”, declarou o parlamentar.
Mesmo sem poder concorrer, Jair Bolsonaro continua sendo o principal articulador e influenciador do campo político da direita. Ciro Nogueira reforçou que qualquer nome lançado sem o apoio explícito do ex-presidente dificilmente conseguirá se consolidar no cenário eleitoral. Segundo ele, a direita precisa agir com coesão para evitar uma nova derrota nas urnas.
O senador alertou para o risco de dispersão de candidaturas. “Precisamos de um candidato que unifique a direita e o centro, alguém que possa fazer campanha aqui no país, preparar um plano de governo e percorrer o Brasil”, defendeu.
Durante a entrevista, Ciro foi questionado sobre a possibilidade de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) entrar na disputa presidencial. Ele reconheceu a legitimidade da movimentação, mas ponderou que o deputado federal enfrenta limitações para viabilizar um projeto eleitoral de grande porte. “Acho que é legítimo ele colocar seu nome, como qualquer brasileiro. Uma pessoa tão representativa como ele, já que o pai dele está inelegível, tem toda a legitimidade”, afirmou.
Entretanto, o senador observou que o deputado vive atualmente fora do país e que essa condição o distancia das articulações políticas internas. “Até viabilizar isso tem um caminho bem longo. Infelizmente, o Eduardo não cumpre esses pré-requisitos porque ele está nos Estados Unidos”, completou.
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