Após Bolsonaro escolher Flávio como nome da direita, Caiado diz que segue como pré-candidato a Presidente da República
Raunner Vinícius Soares
05 dezembro 2025 às 17h32
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O governador Ronaldo Caiado (UB) divulgou um comunicado firme, reconhecendo o direito de Bolsonaro de apoiar o filho, mas deixando claro que não pretende recuar. “Da minha parte, sigo pré-candidato a presidente e estou convicto de que no próximo ano vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros”, afirmou.
Veja a nota na íntegra
NOTA SOBRE A PRÉ-CANDIDATURA DE FLÁVIO BOLSONARO A PRESIDENTE
É uma decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, juntamente com sua família, e cabe a todos nós respeitá-la. Ele tem o direito de buscar viabilizar a candidatura do senador Flávio Bolsonaro.
Da minha parte, sigo pré-candidato a presidente e estou convicto de que no próximo ano vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros.
RONALDO CAIADO, governador de Goiás e pré-candidato a presidente da República.
A declaração reforça que Caiado não pretende se alinhar automaticamente ao projeto bolsonarista e mantém sua estratégia de se apresentar como uma alternativa de direita mais moderada, com maior trânsito entre partidos do centro.
A confirmação da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ) à presidência da República, anunciada nesta sexta-feira, 5, por Valdemar Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal (PL), movimentou imediatamente o tabuleiro político da direita e gerou reações de outras lideranças do campo conservador, entre elas, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que também se coloca como pré-candidato ao Planalto.
A decisão ocorre após o ex-presidente Jair Bolsonaro comunicar internamente que escolheu o filho mais velho para representar seu grupo político na disputa presidencial de 2026, escolha confirmada por Flávio e pelo comando do PL. Segundo Valdemar, “se Bolsonaro falou, está falado”, reforçando que o partido seguirá unido em torno do nome indicado pelo ex-presidente.
A indicação, já discutida nos bastidores, repercutiu no mercado financeiro, com alta do dólar e queda do Ibovespa atribuídas, em parte, ao novo cenário eleitoral. O movimento também reorganiza a disputa interna na direita, que até então tinha nomes como Tarcísio de Freitas e o próprio Caiado entre as alternativas competitivas ao bolsonarismo tradicional.
Reconfiguração da direita
A confirmação de Flávio como pré-candidato já provoca repercussões dentro e fora do PL. Segundo análises publicadas por veículos nacionais, a escolha enfrenta resistência de setores do próprio partido, que consideravam outros nomes mais competitivos eleitoralmente. Além disso, dirigentes de siglas de centro, como o União Brasil, criticaram a antecipação da polarização e descartaram apoiar o senador, citando rejeição elevada ao bolsonarismo e desempenho inferior em pesquisas recentes.
A decisão também representa uma tentativa de Jair Bolsonaro de manter influência sobre seu capital político, mesmo diante de seu afastamento da disputa eleitoral por questões judiciais. Flávio, por sua vez, afirmou que recebeu do pai a “missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”.
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