Após repercussão negativa, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto recomendou, na noite desta terça-feira 27, a destituição de Darci Alves Pereira, condenado pelo assassinato do ambientalista Chico Mendes, da presidência do diretório do partido em Medicilândia, no Estado do Pará. Condenado em 1990 a 19 anos de prisão, Darci mudou de nome e havia tomado posse no dia 26 de janeiro.

Em nota, Costa Neto afirmou que desconhecia o fato de Pereira, conhecido como “Pastor Daniel”, ser a mesma pessoa condenada pelo assassinato ocorrido em 1988. “Agradeço à imprensa por trazer ao nosso conhecimento esse importante fato. Diante dessas circunstâncias, recomendei ao presidente da estadual do PL do Pará, deputado Éder Mauro, a imediata destituição de Darci Alves Pereira do cargo, conhecido atualmente como Pastor Daniel”, disse.

Darci Alves Pereira se estabeleceu em Medicilândia após cumprir parte da pena pelo assassinato do líder sindicalista, na década de 1990. Nas redes sociais, ele se identifica como “pré-candidato a vereador”.

Entenda o crime

Chico Mendes, aos 44 anos, foi tragicamente morto por um tiro no peito em 22 de dezembro de 1988, no quintal de sua casa em Xapuri, Acre. Dois anos após o ocorrido, em meio a intensas pressões nacional e internacional pela resolução do caso, Darci Alves Pereira se entregou à polícia. Darci fugiu da penitenciária Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco (AC), em dezembro de 1993, onde cumpria a pena junto com seu pai. Os dois estavam morando em Medicilândia, cidade próximo a Altamira, no Pará.

Em diferentes ocasiões, inclusive diante do Tribunal do Júri de Xapuri em 12 de dezembro de 1990, Darci confessou o crime. No entanto, seis anos mais tarde, ele mudou sua versão e negou ter cometido o assassinato. No dia 15 de dezembro de 1990, Darci Alves Pereira e seu pai, Darly Alves da Silva, foram condenados a 19 anos de prisão, por serem, segundo a Justiça, executor e mandante do crime, respectivamente.