Aliado a Vanuza Valadares (UB), MDB de Porangatu pede expulsão de Márcio Luís por divergências

11 maio 2024 às 10h20

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O MDB de Porangatu pediu ao Diretório Estadual do partido, nesta sexta-feira, 10, a expulsão de Márcio Luís. Ao Jornal Opção, o presidente da legenda no município, José Maurício explicou que atitudes do correligionário passaram a divergir das deliberações partidárias, que atendem à determinação do governo estadual para que as duas legendas do governador e vice-governador “caminhem” juntas nos municípios.
Em Porangatu, o MDB local está em vias de indicar o vice-prefeito no projeto de reeleição da prefeita Vanuza Valadares (UB). No entanto, segundo o parecer da comissão de ética e disciplina da sigla no município, mesmo com a decisão em apoiar a atual chefe do Executivo, Márcio Luís segue “na tentativa de arregimentar forças políticas para viabilizar pré-candidaturas da cidade de oposição à atual gestão”.
Ao Jornal Opção, Daniel Vilela frisou que “não planeja expulsar Márcio Luis da Silva, que foi candidato a prefeito pelo MDB em 2020”. Conforme o vice-governador, existe todo um rito processual para isso, “que pode sim começar em um Diretório Municipal, o que não é o caso de Porangatu, que tem comissão provisória”.
Atualmente, Márcio Luís é presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), e teria se desfiliado anteriormente do MDB para assumir o cargo. “Ele me disse na época que para assumir a Presidência não poderia estar filiado em nenhum partido”, recorda.
Segundo Maurício, após a saída de Márcio Luís, o MDB local ficou “parado”, até ele conseguir reestruturá-lo. “Por surpresa nossa, no último dia de filiação, o Márcio Luís se filiou, em Goiânia. A gente ficou sabendo aqui pela relação de que ele estava filiado. Filiou, é direito dele. Só que neste intervalo, ele começou a ‘bater’ na prefeita, que hoje o MDB já está fechado para indicar o vice dela”, enfatiza. Procurado pela reportagem, Márcio Luís enviou uma mensagem que estava em viagem e sem possibilidade de se manifestar. O espaço segue aberto.
No relatório da comissão partidária, é citado que no último dia 5, Márcio Luís promoveu reuniões no intuito de desconstruir a aliança MDB e UB em Porangatu. Pelas redes sociais, ele chegou a defender candidaturas de oposição. “Porangatu precisa dar oportunidade para novos nomes, toda estrutura que vai ficando sempre as mesmas pessoas a estrutura vai envelhecendo, ela vai se acomodando inclusive vai se viciando. Isso não é saudável para ninguém. Porangatu tem dois exemplos que provam a importância de você renovar, que é o sindicato rural e a Aciap. Lá não tem família que manda a vinte anos, é sempre sangue novo, novas visões”, disse.
Sem parar por aí, Márcio Luís teria se reunido com grupos da oposição a Vanuza Valadares. “[Ele] insistiu na formação de uma outra chapa política liderada pelo empresário Rafael do Charque como pré-candidato a prefeito de Porangatu. Essa reunião ocorreu na segunda-feira, 6 de maio”, destaca trecho do requerimento encaminhado ao vice-governador Daniel Vilela, e presidente estadual do MDB.
Com estas atitudes, José Maurício desconfia que Márcio Luís tenta desidratar Vanuza Valadares para se tornar o indicado a candidato a prefeito pelo MDB. De acordo com o dirigente, atualmente, a oposição “bate cabeça” sem conseguir construir um projeto que enfrente a prefeita.
“Eu acho que o Márcio se filiou ao MDB naquele intuito de se, der algum problema, nesta questão da Vanuza com a Polícia Federal, ele está no partido da base do governo, e se ela sair do páreo, para ele vir a se candidatar. Eu acho que este é o motivo que ele se filiou ao MDB, porque não existe outro motivo. Ele fala para todo mundo que não é pré-candidato e porque ele veio se filiar ao MDB para fazer uma política contra o partido na cidade dele?”, indaga.
Fogo amigo
Ao Jornal Opção, a prefeita Vanuza Valadares (UB) disse estranhar a atitude de uma pessoa que está no partido que integra a sua atual gestão e declarou apoio para a reeleição. “Tem essa composição, e como houve orientação também do vice-governador, Daniel Vilela, que a gente caminhasse juntos, e desde então, nós começamos a buscar os melhores quadros dentro do partido para vir compor o governo”, contou.
De acordo com ela, os dois partidos, UB e MDB, estão bastantes aliados, o que inclui o presidente José Maurício e cinco vereadores emedebistas. “Somente, o Márcio que não estava filiado mais no partido, e de repente ele filiou e continuou com as mesmas estratégias de oposição. Fazendo reuniões com a oposição, tentando arrumar outro candidato, mas estando filiado ao MDB”, lamenta.
Dada a liderança de Márcio Luís em Porangatu, uma vez que já foi candidato a prefeito, Vanuza Valadares ressalta o perigo das atitudes dele dentro da sigla que está para indicar o seu candidato a vice. “Ele acaba afetando os membros do partido que estão compondo o governo. Começa a gerar dúvidas na população, se realmente o partido vai caminhar ou não com a prefeita. Daí começa a disseminar essas dúvidas, gerando insegurança no próprio partido”, relatou.
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