A reunião da transição entre Mabel e a Sictec, os dados preocupantes e a solução dada pelo futuro prefeito em apenas 30 minutos
08 dezembro 2024 às 12h34
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A última reunião da comissão de transição da Prefeitura de Goiânia foi muito tensa diante das cobranças do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB). Os dados apresentados pela Secretaria Municipal de Invocação, Ciência e Tecnologia (Sictec) para ele o tiraram do sério diante da ineficiência da gestão da tecnologia da informação (TI).
No início da reunião, o atual titular da pasta, Paulo da Farmácia, apresentou alguns dados e informou que a Prefeitura, atualmente, tem 40 mil programas. A informação já fez Mabel saltar da cadeira. “Como assim 40 mil programas? Cada servidor da Prefeitura trabalha com um programa?”, perguntou Mabel.
Paulo da Farmácia não passou da primeira pergunta e deixou a condução da apresentação para o seu chefe de gabinete, Jadson Rego e por Wesley Batista, ambos são funcionários de carreira. Apesar disso, os dados alarmantes e pouca paciência de Mabel, não fizeram as surpresas terminarem por aí.
Foi informado na apresentação que a pasta comprou um sistema para matrícula da rede municipal de educação, mas o programa não funcionou nos anos de 2022, 2023 e nem em 2024. O resultado disso é que a Sictec passou a desenvolver o próprio sistema de matrícula para a Secretaria Municipal de Educação (SME).
Para completar, a informação que fez Mabel ficar ainda mais impressionado com a ineficiência, foi sobre problemas na cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Os técnicos da Sictec falaram que desenvolveram um programa que identificou um gargalo de R$ 40 milhões na cobrança do IPTU. “Vocês acham que são R$ 40, não são R$ 40 milhões”, Mabel chegou a dizer.
O Jornal Opção mostrou com exclusividade que a avaliação da Lei Orçamentária Anual estaria com dados de arrecadação de IPTU superestimados. A informação foi confirmada pelo futuro secretário de Finanças da próxima gestão, Valdivino de Oliveira. Com a informação entregue pela Sictec, a tese de dados incorretos na LOA 2025 torna-se mais forte.
Outro problema apresentado é que a Prefeitura não tem conseguido fazer o processamento de notas fiscais com a eficiência necessária. Segundo os técnicos da Sictec o datacenter da Prefeitura tem mais de 30 anos, ou seja, é antigo e ultrapassado e não dá conta do nível de processamento que é exigido.
Uma fonte que conversou com a coluna narrou que Mabel perguntou a um dos técnicos da pasta, especificamente para um que não estava sentado na mesa de autoridades, se ele conseguiria parear o sistema de notas fiscais da Prefeitura a outro servidor e a resposta foi positiva.
Mabel entrou em contato com o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Bruno Peixoto (UB) e perguntou se era possível usar o datacenter da Alego para fazer o processamento. Peixoto deu aval, pediu para formalizar um convênio e ainda cedeu 50 servidores para auxiliar a gestão de T.I. da Prefeitura. A informação da parceria com a Alego foi confirmada por Mabel em entrevista coletiva.
A Prefeitura trabalha em um compasso de total ineficiência. Durante entrevista coletiva, Mabel afirmou que os sistemas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não conversam com os programas do Ministério da Saúde e nem com os da Secretaria de Estado da Saúde (SES) o que demanda um retrabalho enorme da pasta, prejudicando a produtividade e também deixando a pasta mais suscetível a erros.