Servidores da Agrodefesa e empresários são alvo de operação por corrupção e fraude em oito cidades

29 junho 2023 às 13h08

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Duas pessoas foram presas e outras 15 foram alvo de mandados de busca e apreensão suspeitas de participar de um esquema de corrupção, associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema da Agência Goiana de Defesa Agropecuária do Estado de Goiás (Agrodefesa). Entre os investigados estão dois ex-funcionários do órgão, um funcionário ativo e donos de leilões e transportadores de gado.
Foram cumpridos mandados em Goianésia, Araguapaz, Cidade de Goiás, Faina, Minaçu, Rubiataba, Carmo do Rio Verde e Barra do Garças (MT). Os funcionários, de acordo com o delegado Cleybio Januário, são de Carmo do Rio Verde e usavam do cargo para inserir dados de rebanhos falsos no sistema da Agrodefesa em troca de propina paga pelos empresários.
“Eles [empresários] precisavam desse saldo [rebanho falso] para comercializar o gado que, em tese, eles tinham. Eles queriam vender e transportar, mas precisavam desses dados para vender e transportar o gado de origem ilícita. Eles criaram mais de 6 mil animais inexistentes. Em tese, esses animais foram comercializados de forma clandestina”, contou.
O investigador acredita que o grupo também possa estar envolvido com sonegação fiscal, furto de gado e crimes contra a ordem tributária. Caso sejam condenados, eles podem pegar uma pena de até 23 anos de prisão.
“Apreendemos celulares, computadores e documentos para tentar descobrir o valor do prejuízo causado e quanto era pago de propina aos servidores para que interessem os dados”, disse.
Agrodefesa avisou sobre crimes
Ao Jornal Opção, o presidente da Agrodefesa, José Ricardo, informou que o sistema de inteligência do órgão identificou irregularidades em 2020 e, então, informou a Polícia Civil (PC) sobre o ocorrido. Nesta mesma época, dois dos três funcionários comissionados foram afastados.
A partir do momento que tomou conhecimento das fraudes, a Agrodefesa, conforme José, reforçou a segurança para evitar que outros funcionários também praticassem a mesma conduta.
“Vão ter desdobramentos porque temos que descobrir para onde estes animais acobertados por esses documentos falsos foram, qual a origem deles e o tamanho do prejuízo fiscal. Do ponto de vista sanitário não houve prejuízo, nosso rebanho continua seguro”, afirmou.