Operação quer acabar com tráfico de drogas nas imediações da Esplanada dos Ministérios
30 agosto 2023 às 11h06
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Duas quadrilhas foram alvo de operação nesta quarta-feira, 30, por lotearem a área central de Brasília em pontos de venda de cocaína, crack e maconha. O local fica a cerca de 1 km da Esplanada dos Ministérios, no coração da capital federal.
Segundo a Polícia Civil brasiliense, são cumpridos 70 mandados judiciais, sendo 36 de buscas e apreensões e 34 de prisões temporárias. As cidades goianas de Santo Antônio do Descoberto, Luziânia, Planaltina de Goiás e Valparaíso também foram alvos da operação.
As investigações, que começaram em setembro de 2021, identificaram dois bandos que agiam em parceria na Rodoviária do Plano Piloto, em um shopping do bairro, no Conic, no Setor Comercial Sul (SCS) e nos arredores da região.
Na primeira associação criminosa, liderada por um homem de 30 anos, os integrantes se intitulavam membros da “Família 33”, fazendo referência ao artigo da Lei Antidrogas que tipifica o crime de tráfico ilícito de entorpecentes.
O grupo dominava o tráfico de crack na Rodoviária do Plano Piloto, no Conic, em um shopping da área, no SCS e em quadras próximas. A segunda quadrilha era liderada por um homem de 38 anos. Ele comandava o comércio de cocaína e maconha nos mesmos locais.
Troca de turno
As investigações revelaram que as duas associações desenvolveram um método eficiente para venda de drogas que dificultava a ação das forças de segurança. Os criminosos responsáveis pelo transporte das drogas recolhiam os entorpecentes no local em que ficavam armazenados, geralmente em Ceilândia e no Entorno do DF, no horário em que o efetivo das forças de segurança trocavam de turno.
As drogas eram entregues, então, para os responsáveis pela guarda e vigilância dos produtos, que os escondiam em diversos pontos da Rodoviária, do shopping na região, do Conic e do SCS. Depois, outros integrantes do bando repassavam a mercadoria em pequenas quantidades para os traficantes responsáveis pela venda aos usuários. Geralmente, dependentes químicos, adolescentes e pessoas em situação de rua comercializavam as drogas.
O dinheiro ou objeto recebido como pagamento era entregue a outros integrantes das quadrilhas. Os associados responsáveis por guardar os itens e valores obtidos por meio da venda das drogas trabalhavam na área central de Brasília como ambulantes, flanelinhas, vigias e até taxistas. Os grupos criminosos acionavam, ainda, motoristas de aplicativo e táxi para transportar drogas ou clientes que comprariam os entorpecentes.
Uso e porte
Com esse método, as associações criminosas conseguiam evitar a prisão de integrantes. Na maioria dos casos, a polícia conseguia deter apenas suspeitos de vender as drogas. Contudo, devido à pequena quantidade que tinham consigo, eles acabavam autuados só por uso e porte de drogas.
A operação teve como alvo todos os integrantes da cadeia de distribuição das drogas das duas quadrilhas: os líderes, os responsáveis pelo transporte, os designados para guardar e vigiar os entorpecentes, além dos responsáveis pela venda e pela guarda do dinheiro e demais objetos obtidos com ação ilícita.
A operação contou com 275 policiais civis. Os integrantes dos grupos criminosos responderão por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Eles estão sujeitos a penas que variam de 8 a 25 anos de prisão.