Mulher denuncia golpe de R$4,2 mil após falsa proposta de emprego

13 setembro 2023 às 13h24

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A autônoma Gisele Cristina Mota, de 40 anos, denunciou ter levado um golpe de mais de R$ 4,2 mil, após ser abordada por estelionatárias que lhe ofereceram um emprego para trabalhar de casa, usando apena o aparelho celular, em Goiânia. O contato foi realizado pelo WhatsApp, por meio de um número do exterior. O trabalho envolveria o engajamento de determinadas contas em redes sociais, sendo que o valor ganhado seria pago diariamente à vítima.
Fragilizada por causa de um acidente e com o auxílio suspenso pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gisele afirma que topou o emprego para ajudar na renda residencial e que no primeiro dia de trabalho, para receber, precisou fazer uma transferência de R$ 103 para um dos criminosos. Momentos depois, ela recebeu um PIX do estelionatário de R$ 138, como forma de pagamento. No dia seguinte, ela precisou fazer uma nova transação para receber o valor, mas desta vez de R$ 381.
O valor, no entanto, não foi devolvido com o dinheiro ganho por ela com o trabalho. Com a esperança de receber, Gisele fez mais três transferências, de R$ 1.610, R$ 1.649, R$ 633,99, respectivamente. Depois disso, perdeu contato com os estelionatários.
“Para retirar o valor, eles foram dando argumentos e pedindo mais depósitos. Estou vivendo à base de medicamentos neuropáticos, o que acabou interferindo no meu senso analítico. No fim, me deram um golpe no valor de R$ 4.255”, explicou.
Golpe tem ganhado força
O crime, conhecido como “golpe da tarefa” ou “golpe do emprego falso”, vem ganhando força, conforme a delegada Marcella Orçai. Ela afirma que, mesmo sendo antigo, houve um aumento crescente no número de vítimas que caíram nas falsas promessas de dinheiro fácil.
Ela explica que por meio de mensagens via SMS, aplicativos de conversa ou redes sociais, o golpista envia uma proposta de emprego com ganhos entre R$ 500 e R$ 5 mil diários trabalhando de casa, como ocorreu com Gisele. Em determinados casos, usando o número 0800, os criminosos chegam a pedir pagamentos para que a pessoa possa assumir a vaga falsa em grandes empresas.
“Em algumas ocasiões, o fraudador fornece acesso a plataformas falsas via link e faz a vítima acreditar que tem altos valores a receber. Porém, para desbloqueá-los, eles pedem para que a vítima faça pagamentos de garantia, que teoricamente, serão ressarcidos. Em alguns casos, as vítimas chegam a receber pequenas quantias para acreditarem no golpe e fazerem depósitos maiores”, disse.
A delegada afirma que para evitar cair em golpes, a pessoa precisa desconfiar das vantagens oferecidas pelos criminosos, principalmente os altos valores ofertados sem qualquer tipo de processo seletivo. Ela ainda aconselha a não clicar em links que direcionam para determinadas plataformas ou grupos.
“A pessoa precisa desconfiar do fácil, desconfiando do fácil ela praticamente evita cair em golpes cibernéticos. Esse tipo de crime atinge todas as faixas etárias de idade, principalmente quem está no mercado de trabalho”, concluiu.