Motorista é denunciado por estuprar paciente de filha psicóloga
01 agosto 2023 às 14h02
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O motorista Carlos Roberto Araújo, de 57 anos, foi denunciado pelo Ministério Público por estupro, após ser indiciado pela Polícia Civil (PC) por abusar sexualmente de pelo menos três mulheres, incluindo uma adolescente de 14 anos, em Leopoldo de Bulhões. A adolescente, inclusive, tratava problemas psiquiátricos com a filha de Carlos, que é psicóloga.
Segundo o delegado Leonardo Sanches, foi comprovado, em relação a adolescente, que Carlos abusou da menor em duas ocasiões distintas. O motorista foi preso na última quinta-feira, 20.
“A vítima tinha uma relação de amizade com uma das filhas do autor. O tratamento foi encerrado devido a essa relação de amizade, sendo que a vítima cuidava da filha da psicóloga. Isso fez com que o autor pudesse ficar sozinho com ela em duas ocasiões, onde foram realizados os abusos”, explicou.
“Delicado”
A mãe da adolescente, que não quis se identificar, afirmou que a filha não quis expor os abusos na primeira vez por medo de que a psicóloga não acreditasse na versão dela. Ela diz que a jovem tem sofrido devido ao trauma, visto que ela ficou com hematomas pelo corpo após ser “mordida” por Carlos.
Ao tomar conhecimento dos abusos, a família do motorista tentou fazer com que a mãe da adolescente não denunciasse Carlos, tendo, inclusive, oferecido dinheiro em troca de silêncio, conforme a mulher.
“Ele deixou ela roxa. Pediram para não denunciar, para que eu pensasse. Eles falaram que mandariam minha filha para outra cidade, que pagariam um psicólogo para ela. Eles tentaram calar a minha boca, a boca da minha filha. Falaram que ele não iria fazer mais isso, que estava arrependido”.
Mulher foi abusada
Outra vítima que denunciou o motorista foi a vendedora, Thais Nobre, de 26 anos. Ela contou que era amiga da filha de Carlos (psicóloga) quando, aos 12 anos, foi abusada enquanto brincava com a colega e o pai dela.
O crime, conforme a vendedora, aconteceu em 2009. Na ocasião, por ser amiga da filha do suspeito e vizinha deles, ela disse que estava brincando com a menina na calçada. Em determinado momento, os pais dela precisaram ir até a casa dos avós e o homem se disponibilizou a cuidar da menina até que eles voltassem, para que ela continuasse a brincar com a filha dele.
“Quando meus pais foram, ele chamou a gente para entrar e brincar em volta da casa. Ele seria o monstro que ia correr atrás da gente e prenderia, mas ele só corria atrás de mim. Ele me levou para o corredor da casa e, então, me colocou contra a parede, de costas pra ele, segurou minhas mãos e ficou se esfregando em mim”, contou Thais.
A mulher diz que, mesmo com medo, falou para os pais sobre o abuso. A família procurou o Conselho Tutelar, mas Carlos usou o pretexto de ter três filhas para se livrar das acusações. Thais afirma que precisou fazer tratamento com um psicólogo para superar o trauma, mas sempre que via o motorista relembrava do terror que passou no corredor da casa dele.
“Quando soube que ele tinha estuprado a moça, quis na hora denunciar o que tinha acontecido comigo. Estavam querendo fazer com a moça, o mesmo que fizeram comigo. Aprendi a conviver com o trauma, mas não desejo esse sentimento para ninguém”, concluiu.
O Jornal Opção não conseguiu localizar a defesa de Carlos para que se posicionasse. O espaço está aberto.