Lesa Pátria: deputado federal é alvo de mandados de busca e apreensão em nova fase da operação

18 janeiro 2024 às 09h21

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O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi um dos alvos da nova fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 18. A corporação cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do parlamentar, líder da oposição ao governo Lula na Câmara dos Deputados.
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Bolsonarista, Jordy é suspeito de liderar atos antidemocráticos de contestação ao resultado das eleições do ano passado realizados no Rio de Janeiro, como bloqueios das rodovias. Para os investigadores, esses atos podem ter sido preparatórios da destruição das sedes dos Três Poderes.
No total, a corporação cumpre 10 mandados de buscas sendo cumpridos nesta quinta, autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Desde o início das apurações, é a primeira vez que um deputado federal é alvo de busca e apreensão na Lesa Pátria. Há outros parlamentares investigados por sua relação com os atos antidemocráticos, mas até hoje não foram alvo de medidas desse tipo.
Acordado com fuzil no rosto
Em suas redes sociais, o deputado Carlos Jordy classificou a ação de “autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”. Ele disse que foi “acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal”.
O deputado, que é pré-candidato à Prefeitura de Niterói (RJ), negou as acusações, afirmando que é perseguido e criticou o ministro Alexandre de Moraes. “É inacreditável. Esse mandado é a constatação de que estamos vivendo uma ditadura”, afirmou.
“Eu em momento algum do 8 de janeiro eu incitei, falei para as pessoas que aquilo era correto, em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos, nunca apoiei nenhum tipo de ato tanto anterior ou depois do 8 de janeiro, embora as pessoas tivessem todo seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”, concluiu o parlamentar
Está é a 24ª fase da operação. Nas 23 anteriores, foram cumpridos 94 mandados de prisão preventiva e 313 de busca e apreensão. Os bens apreendidos são avaliados em mais de R$ 11,6 milhões, de acordo com os cálculos da PF.