Grupo criminoso tenta se apropriar de lote de R$ 7 milhões em Formosa
24 agosto 2023 às 10h47
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Um grupo criminoso, investigado na Operação Escritório do Crime, tentou se apropriar de um lote de R$ 7 milhões em Formosa, região Sudeste de Goiás. A investigação começou após a desconfiança de um cartorário de Planaltina, no Distrito Federal, sobre os documentos apresentados. Os acusados tentaram se apropriar do lote com documentos falsos, mas o escrevente do cartório verificou que a real proprietária morava em São Paulo. Os mandados de busca e apreensão foram realizados na última sexta-feira, 18.
Com fraude de documentos, os suspeitos tentaram se apropriar do lote para obter empréstimos com o imóvel como garantia. Durante as investigações, constatou-se que o grupo forjou procurações em dois cartórios em nome da legítima proprietária do imóvel milionário, que tinha aquela área desde a década de 1970.
A operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) teve a primeira fase deflagrada em julho deste ano. Ela investiga crimes que vão desde esbulho e falsidade ideológica a associação criminosa em Goiás, envolvendo grupos com alto poder aquisitivo e influência política em Formosa. Na segunda fase, a Justiça autorizou o pedido do MP para cumprir três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva.
O alvo da prisão é Anderson Juvenal de Almeida, 43 anos, que não foi encontrado e segue foragido. Segundo investigação do Ministério Público, ele é “suspeito de ser um dos falsários do grupo” criminoso, tendo se unido com um empresário e um advogado para “se apropriar e utilizar área situada no Setor Industrial de Formosa avaliada em R$ 7 milhões”.
Primeira fase da Operação
Na primeira fase, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva contra investigados por crimes de grilagem de áreas públicas e privadas, corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa (quadrilha) praticados no município.
Os mandados de busca e apreensão, expedidos pelo juízo da 3ª Vara Criminal de Formosa, foram cumpridos em escritórios e residências de investigados empresários do ramo imobiliário, advogados, corretores de imóveis e na Procuradoria Jurídica do município.
A investigação, conduzida pelo Ministério Público, durou seis meses e foi respaldada pelo Poder Judiciário, tendo revelado a possível existência de uma associação criminosa (quadrilha) voltada para a prática de invasão de lotes públicos e privados no município de Formosa. Apura-se ainda a produção e uso de documentos ideologicamente falsos e corrupção de agentes públicos, além do envolvimento direto de empresários, cartorário, corretor e advogados.
Proprietária do lote
A verdadeira proprietária do lote foi identificada, localizada e ouvida pelo Ministério Público de Goiás em São Paulo. Ela negou ter outorgado as procurações e afirmou que não conhece e nunca viu o advogado e o empresário que tentavam promover a fraude. O MPGO identificou que “o objetivo final dos envolvidos era utilizar o imóvel como garantia real para a obtenção de empréstimo bancário junto ao Banco do Brasil ou Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”.