O serralheiro Daniel Mauricio de Oliveira, de 53 anos, que também se identificava como pastor, usava carros de terceiros para dificultar a sua identificação, além de dopar as vítimas para facilitar os crimes. Ele foi preso no último sábado, 23, suspeito de estuprar ao menos sete mulheres e uma criança, de 11 anos, em Goiânia e outras três cidades.

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O estuprador em série, inclusive, já possui antecedentes criminais por furto em Mato Grosso. Porém, ele também foi acusado no estado de ter praticado crimes sexuais contra mulheres, mas não respondeu pelos delitos, conforme a delegada Amanda Menuci.  

“Um das vítimas foi obrigada a consumir uma pílula, enquanto uma outra alegou ter sido obrigada a ingerir um líquido que a deixou em estado de sonolência. Ele abordava todas em período noturno e depois do abuso, roubava os pertences das vítimas. Um dos filhos dele foi preso em flagrante por estar usando o telefone de uma das mulheres”, explicou a investigadora. 

A delegada diz que as vítimas, que tinham entre 11 e 56 anos, eram abordadas em ruas, principalmente em pontos de ônibus. Em alguns casos, o suspeito utilizava armas ou facas para ameaçar as mulheres e fazer com que elas entrassem nos veículos. 

Porém, algumas mulheres afirmaram que Daniel usou de artimanhas para ganhar a confiança delas, tendo praticado os estupros dias depois de dar caronas voluntárias. Em quase todos os crimes, as vítimas foram deixadas em locais ermos, como rodovias. Apenas uma das vítimas foi abusada sexualmente dentro da própria residência. 

“Ele usava o nome de Paulo para se apresentar às mulheres. Todas as vítimas afirmaram que se trata de um homem vaidoso, bem vestido e com a pele bem cuidada. Acreditamos que possam ter mais vítimas, inclusive, mais antigas”, afirmou Amanda.

Um dos carros utilizados para cometer os estupros | Foto: divulgação/PC

Material genético 

A investigadora explicou que a polícia chegou até o falso pastor por meio de cruzamentos genéticos do material humano colhido das vítimas. Seis das oito mulheres tiveram os crimes comprovados por exames de DNA. Nos demais casos, a Polícia Técnico-Científica afirmou que Daniel pode ter usado preservativo ou não ejaculado e, por isso, não foi detectada a presença do DNA dele.

A autoria ainda foi confirmada pela descrição das vítimas, que foi a mesma: homem com estatura mediana, branco, sem barba e com cabelos grisalhos. Os crimes foram praticados em Goiânia, Trindade, Santa Bárbara de Goiás e Goianira. As mulheres não tinham ligação entre si e nem com o suspeito, sendo escolhidas de forma aleatória, mas sempre apresentando situação de vulnerabilidade. 

Veja cronologia dos crimes:

  • 1 de janeiro de 2015: vítima de 22 anos, na zona rural de Trindade.
  • 30 de dezembro de 2016: vítima de 11 anos, no Jardim Cerrado, em Goiânia;
  • 20 de fevereiro de 2018: vítima de 34 anos, na GO-060, em Santa Bárbara;
  • 18 de janeiro de 2020: vítima de 56 anos, abordada no Jardim Curitiba, em Goiânia, é deixada na GO-070, em Goianira;
  • 02 de julho de 2022: vítima de 22 anos, em Goiânia;
  • 4 de maio de 2023: Vítima de 56 anos, em Goiânia;
  • 10 de dezembro de 2023: Vítima de 24 anos, em Goiânia;
  • 16 de março de 2024: Vítima de 55 anos, em Goiânia.
Daniel Mauricio de Oliveira tendo o material genético recolhido pela perícia | Foto: divulgação/SPTC