Espionagem ilegal: Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF

29 janeiro 2024 às 07h57

COMPARTILHAR
Nesta segunda-feira, 29, a Polícia Federal (PF) deu início a uma operação para apurar as atividades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Segundo informações da colunista Andréia Sadi, do G1, um dos focos da operação é Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ação de busca e apreensão tem como objetivo identificar possíveis destinatários de informações. Um dos locais mencionados por uma fonte da PF é a Câmara do Rio de Janeiro.
Na decisão que autorizou a operação na última quinta-feira, 25, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, teria utilizado o órgão para realizar espionagem ilegal em favor da família do ex-capitão.

As investigações da PF indicam que a Abin teria sido “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente diversas autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos de Bolsonaro.
Dentre as autoridades espionadas, destacam-se a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O suposto uso indevido da Abin teria ocorrido durante o período em que o órgão era liderado por Alexandre Ramagem (PL-RJ), um aliado de Bolsonaro que, atualmente, exerce o cargo de deputado federal.
Em Angra
A PF conduziu a operação de busca e apreensão contra Carluxo em uma residência em Angra dos Reis (RJ), onde Jair Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo ao lado de seus filhos nas redes sociais no domingo, 28. Tanto o ex-capitão quanto os filhos estavam na propriedade durante esta manhã e deixaram o local de barco.
Em outra ação, um segundo computador da agência foi apreendido na residência de um dos assessores de Carlos Bolsonaro, que é casado com uma funcionária da Abin. Os mandados desta segunda-feira têm como alvo os contatos de Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliados dele na época da Abin e durante o atual mandato como deputado federal. O propósito da ação de busca e apreensão é identificar possíveis destinatários de informações.
As investigações da PF sugerem que a Abin teria sido “instrumentalizada” para realizar monitoramento ilegal de diversas autoridades e pessoas envolvidas em investigações, bem como de desafetos de Bolsonaro, durante o período em que o órgão era liderado por Ramagem. Em outra frente, a Abin também teria sido acionada para blindar filhos do ex-presidente Bolsonaro de investigações da própria Polícia Federal.