O vereador Sargento Novandir (Avante) foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por segurar uma servidora pelo pescoço durante um evento político em Goiânia. O documento, assinado no dia 21 de setembro, indicou que ela teve escoriações e vermelhidão no local onde foi agredida.

O caso aconteceu no dia 10 de fevereiro deste ano, por volta das 11h, na Rua CP 23, no Residencial Antônio Carlos Pires. Ester Nonato da Silva, de 23 anos, informou que estava em um evento quando o sargento chegou e partiu para cima dela, enquanto discutia com o vereador Geverson Abel. Surpreendida com a agressão, na época do ocorrido, Ester relatou ao Jornal Opção que tudo aconteceu muito rápido. “Ele grudou no meu pescoço. No momento eu fiquei com muito medo, mas continuei trabalhando”, explicou a vítima.

Na época, ela procurou a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), realizou exames no Instituto Médico Legal (IML) e na Ouvidoria da Câmara Municipal. A ocorrência foi registrada na 25ª Delegacia de Polícia Civil de Goiânia, com tipificação de lesão corporal dolosa.

De acordo com o MP, Novandir Rodrigues da Silva ofendeu a integridade corporal da vítima, causando lesões corporais que foram constadas em um relatório médico. O promotor também solicitou, na mesma peça, que o denunciado seja intimado e citado para comparecer em audiência de instrução e julgamento “trazendo consigo suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes da data da audiência, oportunidade em que poderá responder à acusação”. Depois, requer a notificação da vítima e testemunhas, devendo, a ação penal, prosseguir “até sua condenação”. O vereador foi procurado para comentar a denúncia do MPGO, mas até o fechamento desta edição não foi localizado.

Em nota, Thialu Guiotti, vereador por Goiânia e presidente estadual do Partido Avante em Goiás, informou que convocou uma reunião da executiva do partido para decidir sobre a expulsão do vereador Novandir do partido.

Procurado pelo Jornal Opção, Sargento Novandir ainda não se manifestou sobre as agressões. O espaço segue aberto.

Entenda o caso

Segundo a vítima disse à reportagem na época, ela só se deu conta da agressão ao final do evento. “Quando eu entrei no carro e olhei no espelho e vi que estava muito vermelho, foi quando bateu o desespero. Eu comecei a chorar”, desabafou.

Na sessão seguinte ao ocorrido, o deputado Geverson Abel usou a tribuna para repercutir a situação. Ao rebater as declarações, Novandir disse que a Câmara era “pequena demais” para os dois. “Um de nós dois tem que ser cassado”, complementou. 

Na ocasião, houve xingamentos e acusão de agressão física. Segundo Geverson, Novandir teria proferido palavras de baixo calão e segurado com força o ombro de uma servidora da prefeitura. Ele também disse que a agenda era “exclusiva” por se tratar da base eleitoral dele. O sargento negou qualquer contato físico – de ambas as partes – naquele momento.

Ainda segundo Novandir, o colega de partido induziu e obrigou a assessora a fazer a “denúncia caluniosa”, o que, segundo ele, ficaria comprovado pelas câmeras de segurança do local. “Evento filmado, com mais de 100 pessoas. Mais de 30 guardas civis metropolitanos. Se eu tivesse agredido, o guarda me daria voz de prisão naquele momento. Se não o fizesse, teria que responder por prevaricação”, continuou. 

O evento realizado era um mutirão político de visitas de Rogério Cruz, onde a servidora da prefeitura trabalhava como assessora política de um outro vereador.