A Polícia Civil de Goiás (PC-GO), por meio do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), prendeu na sexta-feira, 1º, preventivamente, uma mulher suspeita de dar à luz a um menino e depois enterrá-lo vivo no beco de sua casa, em Rio Verde. O que chama a atenção é que o caso ocorreu em outubro de 2009.

Segundo o delegado, Adelson Candeo, responsável pelo cumprimento do mandado de prisão, a reabertura deste caso faz parte da Operação Xadrez 121, quando estão sendo expedidos novos mandados de prisão por crimes graves, em todo o Estado de Goiás.

Ao Jornal Opção, Candeo contou que a suspeita deve passar por audiência de custódia neste sábado, 2. De acordo com o policial, ela foi apresentada na delegacia sem a companhia de um advogado. E como o nome dela não foi revelado, não foi possível para a reportagem verificar se houve constituição de defesa junto ao Judiciário, para manifestação. Porém, o espaço segue aberto.

Detida, a mulher foi encaminhada ao presídio de Serranópolis, onde está à disposição do Judiciário.

Relembre

Em 24 de outubro de 2009, uma mulher foi levada pela companheira a um hospital de Rio Verde. Como sangrava muito, os médicos constataram que ela havia acabado de realizar um parto. Na época, a Polícia foi acionada e foi até o endereço delas, quando encontraram já sem vida um recém-nascido enterrado em um corredor da casa. “Um tipo de beco, como ela contou”, disse o delegado Candeo.

No entanto, a perícia no corpo da criança identificou que ela nasceu com vida, mas devido às circunstâncias, como envolta por um plástico, pode ter sido vítima de asfixia. A mulher foi na ocasião indiciada por homicídio qualificado, entretanto, o Ministério Público a denunciou por infanticídio. Este crime, de acordo com o artigo 123, do Código Penal Brasileiro (CPB), é caracterizado “quando a mulher, sob a influência do estado puerperal, atenta contra a vida de seu filho”.

Ao reler o depoimento da mãe à Polícia, após o crime, 15 anos atrás, Adelson Candeo salienta que não caberia o entendimento de infanticídio. “O policial relatou que ela em todo tempo demonstrou tranquilidade com a situação, sem demonstrar qualquer atitude que demonstrasse perturbação, características do estado puerperal”, pontuou. O delegado disse não compreender o por que a mulher não foi presa e respondeu na Justiça pelo crime, o que pode ocorrer apenas a partir de agora.

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