A advogada Amanda Partata, de 31 anos, indiciada por envenenar o ex-sogro e a mãe dele durante um café da manhã, em Goiânia, tinha o costume de visitar frequentemente as vítimas, assim como outros integrantes da família. A afirmação foi realizada pela médica Maria Paula, filha de Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e neta de Luzia Tereza Alves, de 86 anos, as duas vítimas da falsa psicóloga. 

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Nesta segunda-feira, 1º, por meio das redes sociais, Maria contou que Amanda costumava frequentar a casa do pai e dos avós, visto que ela vinha constantemente de Itumbiara para Goiânia devido à “gravidez de risco”. A gestação, porém, foi inventada pela advogada por não aceitar o fim do relacionamento com o filho de Leonardo, conforme investigações da Polícia Civil (PC). 

“Eu, a minha mãe e o meu irmão moramos em uma casa. A um quilômetro morava o meu pai e os meus avós. A gente não morava junto, não tivemos contato com o café da manhã. Quando ela vinha para Goiânia, era comum ela visitar a casa da minha mãe e a do meu pai. Neste dia, ela foi só lá na casa do meu pai, dos meus avós”, esclareceu. 

Maria contou ainda que a família não fazia ideia de que se tratava de um envenenamento e não tinha nada que pudesse fazer naquele momento. Para eles, Leonardo e dona Luzia estavam com uma intoxicação alimentar. O crime aconteceu no dia 17 de dezembro de 2023.

“As últimas memórias que tenho dele é ele agonizando, com dor, falando que estava ruim. [Ele] olhando para um lado e para o outro, letárgico já. Foi horrível esse sentimento [de incapacidade]. A gente pensava de tudo, tentava de tudo. […] Poderia colocar a melhor medicina ali que não iria salvar a vida do meu pai, não dava tempo”, reforçou. 

Leonardo e a mãe Luzia | Foto: Reprodução

Justificativa 

A médica justificou ainda que não fez acusações contra a doceria Perdomo Doces, que teve a participação na morte das vítimas descartada pela PC. Amanda colocou o veneno usado para matar Leonardo e Luzia em bolos fabricados pela empresa. 

O caso veio à tona após uma publicação da mulher nas redes sociais onde dizia que o pai havia morrido após “comer um doce de uma doceria famosa de Goiânia”. Depois da repercussão do caso, Maria afirmou que usou uma “expressão efêmera”.  

“Estava em choque, estou em choque até hoje. Com tudo isso que vem acontecendo, é impossível viver o luto da maneira correta. Não estou fugindo da dor, não estou fugindo de nada”, concluiu. 

Maria Paula e o pai Leonardo | Foto: Reprodução