Vereadora que denunciou gesto nazista em ato golpista tem mandato cassado

04 fevereiro 2023 às 11h30

COMPARTILHAR
Câmara Municipal de São Miguel do Oeste votou pela cassação do mandato da parlamentar Maria Tereza Capra (PT), que denunciou suposto gesto nazista durante manifestação em novembro. A votação foi na noite da última sexta-feira, 3. A vereadora de São Miguel do Oeste, cidade catarinense que fica próxima da fronteira com a Argentina.
Por 10 votos a um, a Câmara decidiu cassar o mandato de Maria Tereza, que abandonou a sessão antes mesmo do fim, quando saiu do local acompanhada de seus apoiadores. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), formada por três vereadores, já tinha emitido o parecer pela cassação de Maria Tereza.
A parlamentar ficou 90 dias hospedada em casa de familiares em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após ter sido ameaçada pelas redes sociais. “Os ânimos foram se amenizando com o passar do tempo, após vereadores e empresários da cidade passarem a ser investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por incitar e participar de movimentos golpistas, especialmente após o que ocorreu em Brasília no dia 08 de janeiro”, detalhou Maria Tereza.
Denúncia
A denúncia da vereadora, que acabou resultando na sua cassação, foi em razão de uma imagem registrada durante um ato pedindo intervenção militar em outubro do ano passado, no município catarinense de São Miguel do Oeste. Nas imagens, eleitores de Jair Bolsonaro (PL) apareciam fazendo saudação nazista durante a execução do Hino nacional.
O vídeo em que bolsonaristas protestam contra a eleição que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o próximo presidente da República viralizou nas redes sociais pelo gesto nazista feito durante o ato.
Homens e mulheres vestidos de verde e amarelo estenderam a mão enquanto cantavam o Hino nacional. O gesto foi usado em manifestações nazistas na década de 1930 como uma espécie de reverência.
